por Ariane Abdallah
Tpm #110

...Thaís Gulin. A cantora fala de amor, música, liberdade e deixa sua marca nesta Tpm

 

Thaís acaba de se apresentar no programa Estúdio i, do Globonews. Entra no camarim, pega o celular e faz uma ligação:

– Oi, meu amor. Você assistiu? O que achou?

De acordo com especulações da imprensa especializada, é provável que, do outro lado da linha, seja Chico Buarque, seu suposto namorado desde 2009. Aos 31 anos, Thaís não diz que sim nem que não. Apenas sorri. “Estou lançando meu disco, este não é o momento... é estranho as pessoas terem acesso ao seu trabalho por revistas de fofoca”, defende-se ela, com a voz baixa e suave.

A cantora não comenta o possível romance, mas fala de amor. Especialmente do que sentiu enquanto produzia o segundo disco de sua carreira, ôÔÔôôÔôÔ. Para isso, passou um ano em casa, sem ouvir música, acompanhada apenas do livro Diários, de Susan Sontag. “Sentia muito amor, e esse disco é sem filtro, deixei sair tudo de mim, mais do que se eu fosse para a psicanálise. Se no primeiro disco tentava achar um som, um repertório, nesse não tinha preocupação nenhuma, só a intensidade”, diz ela, que compôs cinco músicas e conta também com a assinatura de artistas como Adriana Calcanhoto, Tom Zé e Chico Buarque, que divide a voz com ela em uma faixa.

Embora a crítica e os próprios compositores tenham aprovado sua interpretação nos dois discos, o que mais a satisfaz é fazer o que tem vontade, como sonhava desde os 4 anos. Nessa época, passava as tardes vendo TV e reproduzindo no órgão os jingles dos comerciais. Filha de um empresário e de uma criadora de cavalos, Thaís escutava João Gilberto e Jackson do Pandeiro, porém não tinha permissão para ser artista. A família era dos esportes. Ela, então, fez hipismo por 12 anos, ginástica olímpica por 15, além de atletismo e mergulho.

Violão, Gerald Thomas e Rio de Janeiro
Mas, aos 17, a cantora estava na varanda do apartamento quando viu a vizinha chegar com um violão. Se matriculou na mesma escola, onde aprendeu a tocar. De lá, foi para o Conservatório de Música Popular Brasileira de Curitiba. Aos 18 anos, entrou também em um grupo de teatro. “Não sei se queria ser atriz... queria ser livre”, explica.

Thaís também se formou em administração de empresas, fez intercâmbio em Minnesota, nos Estados Unidos, aos 15 anos; morou na França, aos 19; fez oficinas de teatro com Gerald Thomas e trabalhou com o diretor Augusto Boal. Em 2001, mudou para o Rio de Janeiro – cidade homenageada em seu atual CD.

Às duas da manhã, Thaís deixa um restaurante no Leblon e volta a pé para casa, deixando rastros nesta Tpm: a amiga Nina Gaul, designer e artista plástica, que desenhou a capa de seu segundo disco e apresenta seus objetos favoritos; as palavras da escritora Tatiana Levy, que conta o que quer fazer antes de morrer ; e o texto que a própria cantora assina, sobre música, infância e o desejo de simplesmente ser Thaís Gulin.

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