La dolce vita de Olympia

Tpm / Moda

por Cibele B. Costa
Tpm #118

Olympia Le-Tan cria bolsas estilosas que conquistaram atrizes como Natalie Portman

Figurinha fácil do underground parisiense, a francesa Olympia Le-Tan, 34 anos, aproveitou a miscelânea de referências de seu mundo e começou a criar bolsas, sem muita pretensão. Bordadas em feltro, elas reproduzem formatos de embalagens de leite e capas de clássicos da literatura mundial. O produtor de cinema Grégory Bernard, amigo da estilista, ajudou-a a produzir uma coleção e não demorou para que as bolsas virassem sucesso entre atrizes como Natalie Portman, Tilda Swinton e Clémence Poésy. Em pouco tempo as peças únicas – e irônicas – foram parar nos tapetes vermelhos mais importantes do mundo.

Em uma dessas aparições, Spike Jonze se encantou por uma de suas criações (a reprodução da capa do clássico O apanhador no campo de centeio, de J. D. Salinger), e encomendou um quadro do livro, de feltro. “Eu disse: ‘Só se trabalharmos juntos’”, revela a designer. Foi assim que ela colaborou no curta Mourir auprès de toi (Morrer com você), que narra um romance mórbido entre a noiva de Drácula e o esqueleto de Macbeth. O filme, todo feito a partir da animação de 3 mil peças de feltro cortadas à mão, estreou em Cannes no final do ano passado.

Embora tenha sido criada num ambiente artsy – ela é filha de Pierre Le-Tan, ilustrador de revistas como New York Times Magazine, Vogue, Harper's Bazaar e inúmeras capas de livros –, Olympia Le-Tan nunca tinha pensado em trabalhar com moda. Formada em letras, literatura e cinema italiano, aos 19 anos namorou um dos personagens mais conhecidos de Paris, o grafiteiro sueco André Saraiva – atualmente dono do antro mais cool e VIP da cidade, o bar-boate Le Baron.

Na época, a francesinha arriscou alguns desenhos e acabou por estrear nos ateliês de Chanel e Balmain. A partir daí, a menina cresce e vira habituée da noite parisiense, vira DJ, frequenta gente de moda, arte e cinema e desenvolve um look pinup à la Bettie Page. “Sempre fui uma star-crossed lover [pessoas que apostam em amores quase impossíveis] e romântica incurável. Talvez por isso esteja solteira até hoje”, desabafa ela.

Inquieta, a estilista planeja lançar ainda este mês uma linha de roupas com 16 peças, número que rege todas as coleções da excêntrica Olympia. “É meu número de sorte. Nasci no dia 16. Simples assim”, explica. No site da designer você confere todos os projetos e pode fazer encomendas – que, fique sabendo, não saem por menos de mil euros. Para quem não assustou, ela já disponibiliza entregas no Brasil.

Vai lá: www.olympialetan.com

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