Karine Alexandrino: os tons da fênix

por Letícia Flores

A performática cantora cearense finaliza terceiro álbum e se renova enquanto mulher

Com dois álbuns na carreira (Solteira Producta, 2007, e Querem Acabar Comigo, Roberto, 2009), a cearense Karine Alexandrino, 37, quer renascer com o seu terceiro álbum. Não bastasse o intervalo necessário para a composição de um novo disco, a cantora também foi mãe, enfrentou uma depressão pós-parto e teve problemas com álcool que acabaram a conduzindo para uma clínica de reabilitação.

Todo esse processo de renovação deu forma ao seu terceiro CD, Mulher Tombada, que está em fase de masterização. "A tal da Mulher Tombada cai, mas a verdade é que é importante todas as pessoas caírem pra ter uma conscientização do que é a realidade mesmo. O álbum é todo centrado em queda, renovação, de busca, de nova vida. É o famoso cair e levantar", conta Karine em um bate papo com a Tpm

Outra novidade na vida da performática Karine, que bombou com a versão de música Baby Doll de Nylon, foi a mudança para São Paulo. Referência do neotropicalismo no Brasil, a cantora sentia que seu trabalho não era tão bem recebido em Fortaleza como é aqui em São Paulo. "Todo estado do Ceará é tomado pela ditadura do forró. Um trabalho como o meu fica complicado por lá. E aqui em São Paulo meu som é muito bem recebido, além de eu adorar o modelo de organização da cidade que existe por aqui", disse.

O terceiro álbum virá com influências das músicas que Karine gosta e que nunca deixou de ouvir. As suas presentes e eternas referências são a Jovem Guarda, Rita Lee, David Bowie, música latina e as trilhas sonoras de filmes de faroeste.

Mais do que uma cantora, Karine Alexandrino é uma performer conhecida pelas suas produções nada discretas e muito peculiares. Para o Mulher Tombada, ela resolveu renovar até os cabelos. "Eu descobri que usando cabelo loiro as coisas sempre dão certo. Devo ir loira pra este momento para abrir mais portas que eu já consegui abrir quando tava morena", conta rindo.

Também não é novidade a ligação de Karine com o mundo gay. Ela, que se considera simpatizante, já escreveu em uma letra de música que "sem amigo gay ninguém evolui" e disse em entrevista que os "heterossexuais são minoria". Não perdemos a oportunidade perguntar pra ela sua opinião sobre o momento que o Brasil vive com a aprovação da união estável entre homossexuais. "Eu acho incrível. O Brasil é um país essencialmente libertário, seria uma hipocrisia a lei não ser aprovada. Quando eu declarei que os heterossexuais são minoria, foi com a intenção das pessoas realmente saírem do armário. Existe muito homossexual no Brasil, e eu desejo de verdade que eles se libertem", explica.

Ficou curioso pela performance + voz + aperitivo do terceiro CD de Karine Alexandrino? Quem é de São Paulo pode comemorar porque tem show na próxima sexta-feira. Se não, o jeito é aguardar a passagem desta fênix nada comum pela sua cidade.

Vai Lá: Karine Alexandrino em Cabaret Producta
Quando: sexta-feira, dia 10, às 23h30
Onde: Le Petit Trou - Rua Vupabussu, 71, Alto de Pinheiros - São Paulo/SP
Quanto: R$ 20 (para quem jantar, a entrada é grátis; homens não pagam até às 23h)
Fone: (11) 3097-8589

Ouça abaixo "Meu Nome é Igual":

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