Ingrid Guimarães recebe amigos famosos em Além da Conta

por Redação

Na nova temporada de seu programa no GNT, a atriz convida personalidades como Anitta, Cláudia Raia e o padre Fábio de Melo para falar sobre as mudanças e transformações que trouxe o coronavírus

Já aprendeu a fazer pão? Deu vexame em live? Passou o dia de pijama? Desistiu do sutiã? A atriz Ingrid Guimarães faz piada com seus convidados, mas também fala de assuntos sérios na nova temporada de seu programa Além da Conta, no GNT.

No primeiro episódio, Cláudia Raia, o padre Fábio de Melo e o advogado Joel Luiz Costa, que criou uma rede de solidariedade no bairro do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, batem um papo sobre as relações, preocupações e transformações em tempos de pandemia e distanciamento social. "O humor faz parte de mim, da essência do programa, mas levei muito em conta a dor das pessoas que estão sofrendo nesse momento. Não dá para fazer graça de tudo", diz Ingrid.

O programa, que está na sétima temporada, seria gravado na China, na Coréia do Sul e no Japão, mas foi transferido para o apartamento da atriz no Rio de Janeiro. "Doce ilusão. Acabei em casa, no sofá, confinada", declarou Ingrid na abertura da temporada. Para transformar sua casa num estúdio, ela contou com a ajuda da família e dos amigos. "Foi esquema de guerra para levantar essa edição especial", diz. "Tinha a vida controlada para o ano todo e agora tenho que pensar em como vou limpar as compras e o que a gente vai fazer no jantar. E achar isso tudo um grande privilégio".

Anitta, Paulo Gustavo, Antônio Fagundes, Larissa Manoela, Giovana Antonelli, Fabio Porchat e Tereza Cristina estão entre os convidados dos cinco episódios que vão ao ar às terças-feiras. "Me surpreendeu a disponibilidade das pessoas para conversar, para debater", diz Ingrid. "Nesses novos tempos, não estamos mais com o relógio cronometrado e emendando uma coisa na outra. E como ganhou importância falar com o outro, ouvir outra voz, outra opinião, sabe?". A seguir, batemos um papo com a atriz sobre o programa e a nova vida que nasce da pandemia.

Tpm. Como manter o humor na hora de falar sobre um assunto sério como este?

Ingrid Guimarães. É preciso ter uma atenção. O humor faz parte de mim, da essência do programa, mas levei muito em conta a dor das pessoas que estão sofrendo nesse momento. Não dá para fazer graça de tudo. Mas, ao mesmo tempo, acredito que é importante trazer uma leveza para esses dias tão pesados, com notícias tão tristes e uma realidade que mais parece filme de ficção científica.

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Quais realidades de confinamento você investiga no programa? De tudo um pouco. Desde amigos e especialistas a anônimos de diferentes realidades. E os famosos, que são o fio condutor. De profissionais de linha de frente a um líder comunitário. As lives também substituíram o “povo fala”. Nem todo confinamento é igual, isso é uma realidade. Falamos sobre a preocupação do que se posta nesse momento, as missas online do padre Fábio de Melo, o futuro da arte... Estamos falando sobre uma nova vida que surgiu de um dia para o outro. Também tem o pessoal que está se mobilizando para ajudar ao próximo. O programa tenta vasculhar todos os caminhos possíveis.

O que te surpreendeu nos relatos dos seus convidados? Ouviu alguma dica para sobreviver à quarentena? Não foi o relato que me surpreendeu, mas sim a disponibilidade das pessoas para conversar, para debater. Nesses novos tempos, não estamos mais com o relógio cronometrado e emendando uma coisa na outra. E como ganhou importância falar com o outro, ouvir outra voz, outra opinião, sabe? Acho que não tem dica para quarentena. É um dia de cada vez. E cada um vive uma realidade diferente e sente de uma forma diferente. É um momento muito delicado. O que eu posso dizer é que tem dias que eu não tenho vontade de fazer nada. No outro, fico com a agenda cheia de atividades. É se respeitar nesse momento, porque a gente tem no DNA isso de que precisa estar fazendo alguma coisa. Não tem como romantizar a quarentena. Todos nós estamos naquela montanha-russa de emoções.

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Como foi produzir um programa de casa, com a filha, o marido e a irmã na equipe? Isso tudo te aproximou da família? Foi esquema de guerra para levantar essa edição especial, porque fizemos tudo com o mínimo de estrutura. A direção foi feita remotamente. Figurino, idem. Entrevistas também. Nós dependíamos 100% do wi-fi para fazer o programa. E todo mundo, mesmo, participou. Clara [sua filha], o Renê [Machado, seu marido], a minha irmã produziu, minha comadre fez o figurino, minha grande amiga Marcela Altberg é produtora de elenco. Já somos muito unidos. Já temos isso em nós. Mas tenho essa parceria com a Producer Partner, que é essa produtora de Nova York. Eles produziram, editaram e dirigiram de lá. Foi trabalho de equipe.

O que essa quarentena te ensinou? A perceber que ninguém tem controle de nada, sou muito controladora. E a viver um dia de cada vez, sem fazer grandes planos. Tinha a vida controlada para o ano todo, agora tenho que pensar em como vou limpar as compras e o que a gente vai fazer no jantar. E achar isso tudo um grande privilégio. Me ensinou a dar valor para as pequenas coisas. Tipo, se tá todo mundo com saúde, já estamos bem.

O que você tem feito para se manter sã? Sanidade é uma busca diária. Eu faço exercícios físicos quase todo dia, rezo, leio, ouço música. Às vezes não faço nada. Cada dia é um dia. O lance é se respeitar e pensar que vai passar.

Além de passar álcool gel, o que não aguenta mais fazer nessa quarentena? Álcool em gel eu uso já sem perceber. Estou passando no automático. Virou algo básico do dia. As limpezas dos alimentos são enlouquecedoras e a missão que é sair de casa com aquela matemática maluca do que você pegou ou não pegou. Mas o que não aguento mais mesmo é ver gente sofrendo sem leito, sem ter o que comer e perdendo os entes queridos sem direito nem para enterrar.

Do que você mais sente saudade? De poder encontrar as pessoas, os amigos, como fazia antes. De ver as pessoas que eu amo sem pensar que estamos nos colocando em risco. E de fazer teatro. Ahhh, que saudades de estar em cima do palco com uma sala cheia de gente.

Qual meme te representa nessa quarentena? Vários. Mas vi hoje uma mensagem no Instagram que dizia algo assim: “Quando acabar pandemia e isolamento social, vamos fazer de novo o Ano Novo e recomeçar 2020”. Acho que é um pouco isso.

Será que vamos aprender alguma coisa com tudo isso? Gostaria que esse olhar para o próximo, esse sentimento de solidariedade, essa mobilização para ajudar quem precisa, que isso permanecesse. Que essa rede de afeto não acabasse com o fim da pandemia. E como diz Cláudia Raia: se a gente não para o mundo para a gente.

Créditos

Imagem principal: Vinicius Mochizuki/Divulgação

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