O ator atrai olhares por onde passa – e não é só por ser o galã de Ti-ti-ti
É fácil achar alguma identificação com Guilherme Winter. Ou até cair numa paixão com o argumento de que “ah, a gente tem tuuudo a ver!”. O ator paulistano, que está na novela global Ti-ti-ti como o galã Renato, circulou por diversos mundos ao longo dos seus 31 anos. Se você é do tipo praia, sol e boa música, pimba! Ele toca violão desde a adolescência, está aprendendo a domar o trompete, gosta de jazz, já morou na ilha de Itaparica (BA) e rodou parte do Estado conhecendo lugares como Moreré, Boipeba e morro de São Paulo. Se é do tipo urbana, que foi punk na adolescência e gostava dos skatistas da Galeria do Rock, em São Paulo, bingo! Guilherme morava no Itaim Bibi, deslizava pela cidade na madrugada e quase foi skatista profissional. Hoje, alterna o skate com as corridas no calçadão carioca. Agora, se você se enquadra no estilo artista, que pinta, borda e atua, agarra o moço! Sempre com lápis em punho, Guilherme desenha desde menino. Quadrinhos, charges, caricaturas e até pinta aquarela. Fez Escola Panamericana de Arte dos 16 aos 20 anos e cursou um semestre de desenho industrial no Mackenzie. Trabalhou como cenografista de um teatro em Itaparica e foi justamente nessa fase, aos 22 anos, que decidiu seguir a carreira de ator.
Me leva que eu vou
Foi curto o período entre a escolha da profissão e a entrada para a Globo. Depois de passar um tempo na Bahia, cansou da vida paulistana e da faculdade. O caçula, então, avisou o pai, advogado, a mãe, bibliotecária, e os três irmãos que era como ator que queria viver. Traçou uma estratégia: precisava juntar dinheiro e foi ser vendedor na Osklen, já com o intuito de ser transferido para uma unidade carioca da loja. Deu certo. Sete meses depois, estava no Rio, matriculado na CAL (Casa das Artes de Laranjeiras) e alugando um quarto na casa de uma velhinha. “A grande viagem da minha vida foi ter ido para o Rio e continuado por lá. Fiquei muito tempo sem grana, dividindo apartamento, até me estabelecer financeiramente”, diz. Antes de mudar para o apartamento onde vive sozinho, em Ipanema, morou com quatro amigos, na Gávea. “Era uma galera musical, todos atores. Foi um período muito criativo, efervescente. Fizemos até uma peça que rodou Curitiba”, recorda. Foi nessa época que ele entrou para o elenco de Cobras e Lagartos (2006) com um discreto papel. Em seguida, passou dois anos em Malhação como o professor Thiago Junqueira.
Guilherme ficou sem namorada nos seus três primeiros anos no Rio. Só há seis meses engatou um relacionamento com uma artista plástica paulistana. Ela mora em São Paulo e os dois se encontram quando ele dá um respiro das gravações. Este ano, além de arrumar um novo par, o ator deu uma guinada na carreira. Estreou como coprotagonista no folhetim Ti-ti-ti. “O personagem tem a ver comigo. Também desenha, é filho de pais separados. Mas é um cara que ainda não conseguiu seguir seus ideais, não rompeu com as expectativas da família. Diferente de mim, que fui fazer o que queria”, diz.
Se você chegou ao fim do texto sem se identificar com os gostos do rapaz, pode arriscar o corpo a corpo, como uma fã certa vez fez. Enlouquecida com tanta beleza, ela não pensou duas vezes, tascou um beijo em sua boca. “Trato muito bem, desde que a pessoa não invada. A televisão te bota tão dentro da casa das pessoas que elas acham que fazem parte da sua vida. É muito tênue a linha entre o fã te idolatrar e pegar raiva porque interpretou o que você disse de um outro modo”, explica Guilherme, provando que chegar de sopetão pode não ser uma boa ideia.