Conheça o dia-a-dia das soldados israelenses
Através das lentes da fotógrafa Rachel Papo, conheça um pouco do dia-a-dia de meninas israelenses quE ACABARAM DE COMPLETAR 18 ANOS - e já vestem o uniforme de soldado e um fuzil a tiracolo
O rosto denuncia a meninice, um frescor de quem completou 18 anos. A vestimenta – verde e grosseira – é igual para todas. O fuzil a tiracolo, também.
Aos 18 anos, a fotógrafa Rachel Papo não precisou escolher uma profissão ou pensar no que faria depois de terminar os estudos: os dois anos seguintes de sua vida já estavam reservados para servir seu país. O exército em Israel é obrigado para homens (três anos) e mulheres (dois), tanto para israelenses como para estrangeiros que moram lá.
Quinze anos depois, tendo se tornado fotojornalista de jornais como The New York Times e morando nos Estados Unidos, retornou à base do exército para acertar as contas com a terra natal. Do período que passou por lá, nasceu o livro de fotos Serial 3817131, onde é possível espiar o dia-a-dia dessas jovens. Elas não vão ao front, mas têm um treinamento semelhante ao dos meninos. “O período que passei no exército foi marcado por uma profunda solidão e melancolia, numa época em que era muito nova para entender tudo aquilo. Através das lentes da câmera tentei reconstituir facetas da minha vida militar na esperança de resolver questões que estavam mal resolvidas”, conta Rachel no site de seu livro, www.serialno3817131.com.
Anualmente, segundo a agência judaica, cerca de 30 jovens israelenses que moram no Brasil, e ainda não passaram dos 20, vão a Israel e acabam servindo ao exército. É o caso de Lilach Gerlenter, 24, que vê a experiência como um aprendizado para toda a vida: “Voltei de lá mais independente, tanto que nunca mais consegui morar com ninguém.Eu mesma lavo meu banheiro e cuido da minha casa. Sofri fisicamente, mas em nenhum momento me arrependi de estar lá. Amadureci muito”. Rachel Papo entrou menina para o exército e aprendeu a ser uma mulher adulta sob um uniforme nada feminino.Hoje, aos 38 anos, bateu um papo com a Tpm.
Tpm. Como foi sua experiência durante o tempo que passou no exército, você gostou? Rachel Papo. Gostei das três primeiras semanas, quando estava fazendo o treinamento básico. Era algo novo, conheci um monte de garotas bacanas que estavam na mesma situação. Depois desses meses nós fomos separadas e realocadas em diferentes bases. Fui para o departamento de fotos da força aérea de Israel. Foi um tempo difícil, fiquei deprimida quando me dei conta de que continuaria lá pelos dois anos seguintes. Senti falta da liberdade que tinha em casa, da minha família e dos amigos.
O que você aprendeu lá que pode ser usado na sua vida? Aprendi a ser mais independente e a lidar com o meu emocional de um modo que a maioria dos adolescentes só aprende quando é mais velha.
O que você pensa sobre jovens servirem o exército? No geral, sinto que, eu apoiando ou não, não existe escolha para os jovens em Israel enquanto a situação política continuar a mesma. Penso que é uma experiência de aprendizado para os israelenses, mas seria melhor se um dia, no futuro, eles pudessem escolher se querem fazer alguma coisa além disso ao completar 18 anos.
Vai lá:
Serial 3817131 – Livraria Cultura
Av. Paulista, 2.073, Cerqueira César, São Paulo
Tel.: (11) 3170-4033
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