Em entrevista para a Tpm, estilista fala de moda, cinema e música
Consagrado na moda, há alguns anos Fause Haten investe em outros projetos como a formação teatral, o cinema e a música. Da vontade de documentar o processo de criação e o desfile performático que rolou na última SPFW nasceu a parceria com o diretor Halei Rembrandt e a instalação Fause em Curtas, atividade paralela do 22º Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo, que nesta edição destaca a moda no cinema.
Os quatro curtas estão expostos em forma de instalações no MIS (Museu da Imagem e do Som, em SP) até dia 11 de setembro, com entrada gratuita. Os vídeos buscam aproximar os espectadores do processo criativo e mostrar a moda com outro olhar.
O estilista, que se define inquieto, falou com a Tpm sobre seus novos projetos, que além da moda e do cinema, inclui a música. O álbum CDFH, que está inteiramente disponível em seu site, traz doze faixas compostas e cantadas por ele e será lançado em um show gratuito no StudioSP no dia 7 de setembro.
Como você vê essa tendência de estilistas usarem outros suportes para apresentar ideias, inspirações e divulgar suas coleções?
Acho que tudo isso começa com a internet e com as mudanças que aconteceram na vida da gente em função das novas ferramentas. A agilidade do processo e a necessidade de comunicação direta abriram as nossas possibilidades. Eu uso muito as redes sociais e, por exemplo, no começo quando eu escrevia no blog, os textos eram textos bem longos, hoje prefiro os parágrafos curtos.
E o projeto do Fause em Curtas?
Para explicar melhor como aconteceu esse projeto vou voltar um pouco no tempo. Em 2006, eu fui fazer teatro, aprender a atuar e dirigir. Eu quis trazer essa experiência para o desfile questionado o uso tradicional da passarela, o andar padronizado das modelos e comecei a pensar na apresentação da coleção como uma performance, usando o espaço de uma outra forma e tentando quebrar um pouco com esses conceitos. Faz um tempo que venho causando estranhamento no público dos desfiles. E o projeto Fause em Curtas nasceu da minha vontade de documentar essa última coleção de outra forma e também do encontro com o Harlei Rembrandt. Todo ideia vem da convergência de linguagens: nós dois tivemos que aprender a linguagem do outro e criar algo novo. É um processo que me interessa e foi aí que o festival nos convidou para fazer essa instalação. Estou muito feliz.
Você tem uma carreira de 20 anos como estilista. Como vê a moda hoje?
Eu acho que a moda ficou muito corporativa. A moda deveria ser libertária e ela anda muito dura. Sempre que penso numa coleção eu estou fazendo uma proposta e não impondo uma tendência. Se alguém vier me perguntar qual é a tendência dessa estação ou o que eu devo vestir, vou responder que você deve se sentir bem, bonita, feliz, não importa se eu pessoalmente gosto ou não do que você veste, o meu papel é provocar pela liberdade.
Você já tem novos projetos em audiovisual, o que mais quer experimentar?
Estou lançando um CD como cantor e compositor. A parceria com o Halei também está nesse projeto na direção do videoclipe. A primeira música de trabalho é Primeiro Som, o vídeo é do Halei e do Paulo Cabral. Eu sempre quis fazer música e compus as 12. Mas também quero fazer teatro, como você pode ver, eu continuo com a inquietação de criar.
Assista abaixo o vídeo de Primeiro Som de Fause Haten:
Vai lá: www.fausehaten.com.br