Quer aprender a tirar uma selfie perfeita? Prepare-se: você vai ter que estudar
Selfie era para ser aquela foto que a gente tira quando está de bobeira e não tem nada mais para fazer. Um autorretrato ou uma foto com as amigas. Pois bem, isso é passado. O mundo das selfies se descontrolou
e perdeu os limites. Depois das selfies after sex (você faz sexo e tira uma foto na cama) e das selfies de hospital (com cara de dor e acesso nas veias) agora surgiu todo um mercado de autoajuda selfie. Pra quê? Para ensinar a fazer a “selfie perfeita”.
Para isso, você pode assistir a tutoriais na internet (há centenas), seguir manuais escritos em revistas ou até fazer um curso. Sim, em vez de fazer “natação, fotografia, teatro e artesanato”, você faz um curso de selfie. A modalidade, com aula de maquiagem incluída, já está disponível em São Paulo e custa cerca de R$ 500 por 2 horas.
E o que seria essa tal selfie perfeita e natural? Bem, depois de assistir a cinco tutoriais e ler uns dez guias concluí que você precisa:
1) Estudar seu rosto. Segundo as especialistas você precisa saber qual seu melhor lado. Mas calma. Talvez seu melhor ângulo sorrindo seja o esquerdo, mas de cara fechada, seja o direito. É por isso que você tem que “se estudar”, um eufemismo para ser uma narcisista maluca que não para de se admirar no espelho!
2) Empinar um pouco o rosto, tipo uma girafa, para evitar papadas. Isso também e muito útil para pessoas que têm o rosto largo, pois assim parece que vai afinar (?).
3) Fazer um sorriso natural, mas que não seja amarelo. Uma das dicas é imaginar que você tem algo entre os dentes (!).
4) Usar muita, muita maquiagem. O primer é fundamental, depois uma base, corretivo e muito volume nos cílios para aumentar os olhos. Mas tudo muito NATURAL, claro.
Resumo: você vai tirar uma selfie NATURAL depois de empinar o pescoço, ficar 5 horas decidindo qual o ângulo do seu rosto, fazer maquiagem completa e fingir que tem um osso na boca. Realmente, naturalíssima! Segui algumas das dicas. Resultado: uma selfie como qualquer outra (e sem maquiagem, desculpem, mas a pessoa aqui tem mais o que fazer).
Conclusão: não acredite em selfies!