por Micheline Alves
Tpm #173

É assim que Carla Salle, a namorada, define o ator Gabriel Leone: um cara despojado de tudo, movido por paixões e em busca de sua verdade

“Esqueça a luxúria, o ouro do homem rico/

Tudo o que você precisa está na sua alma/

[...] Seja um homem simples/

Seja algo que você ame e entenda”

A atriz Carla Salle garante: os versos da letra de “Simple Man”, sucesso lançado em 1973 pela banda americana Lynyrd Skynyrd, poderiam ter sido escritos para o seu namorado, o também ator Gabriel Leone, 24. “O Gabi é esse cara simples da música. Um ser despojado de tudo, em busca do essencial, da verdade dele. Isso é muito admirável”, derrete-se a moça, que há cerca de um ano e meio divide a vida com o rapaz, que, apesar da pouca idade, acumula êxitos profissionais invejáveis.

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A nova empreitada dele – ou melhor, da dupla, Carla também faz parte do elenco – é a minissérie Onde nascem os fortes, da Globo, que está sendo gravada na região de Cabaceiras, no sertão da Paraíba. A possibilidade de mergulhar no Brasil profundo é um dos aspectos que mais animam Gabriel, que vive na história um paleontólogo chamado Hermano. “Esse mergulho no sertão, tão pouco conhecido pelos próprios brasileiros, é muito transformador. Não tem como não sair modificado”, diz ele.

Filho de uma arquiteta e de um analista do Ministério da Saúde, Gabriel foi criado na Tijuca, na zona norte do Rio de Janeiro, de onde a família saiu há poucos anos, para viver do outro lado da cidade, na Barra da Tijuca. Apaixonado por esportes, chegou a vislumbrar a carreira de atleta e a disputar o campeonato carioca de polo aquático. O rumo mudou aos 15 anos, quando fez o papel de Cazuza em uma peça no colégio – o Marista São José, um dos mais tradicionais do bairro – e se viu “mordido pelo bicho do teatro”. “Era uma coisa totalmente despretensiosa, parte de um trabalho de história. Adorei estar no palco, fiquei à vontade, tudo fez muito sentido”, conta Gabriel, que na época também era guitarrista de uma banda de rock, a Gedeon.

Carreira relâmpago

Da peça escolar surgiu o convite para fazer parte de um grupo de teatro, onde acabou sendo visto por um diretor de elenco da Globo. A estreia na TV foi em Malhação, em 2013, mas foi no trabalho seguinte, a novela Verdades secretas, que ele virou “revelação” para o grande público e a imprensa. O próximo passo foi Velho Chico, em horário nobre e sob a direção do exigente Luiz Fernando Carvalho. “Talvez tenha sido o processo que mais me transformou como artista e como pessoa. A história era densa, a preparação foi longa, as relações entre os atores foram muito fortes”, ele conta. “E ainda houve a tragédia com o Domingos [Montagner, que morreu afogado em um intervalo de gravações]. Tudo foi muito desafiador.”

Gabriel também fez cinema: o currículo inclui Garoto, filme “totalmente cabeça” do cineasta Júlio Bressane; o inédito Piedade, do pernambucano Claudio Assis, conhecido pela visceralidade; e o também inédito Minha fama de mau, de Lui Farias, que conta a história de Erasmo Carlos. Para fazer o papel de Roberto Carlos (que ele já tinha interpretado no teatro, em Chacrinha – O musical), o ator teve que passar pelo crivo do próprio Rei. Curiosamente, foi vestido de Roberto que Carla o viu de perto pela primeira vez. “Estávamos em uma festa, que não era à fantasia, e ele apareceu assim, vindo de uma filmagem. Nessa noite a gente conversou um pouco, mas foi só bem depois que a gente se conheceu de verdade”, ela conta.

Mais precisamente, foi em uma viagem com amigos para a Chapada dos Veadeiros, em Goiás, que os dois se conheceram melhor. Era a virada de 2015 para 2016. “Foi muito especial. Ainda houve desencontros depois disso, mas ali nascia um amor enorme.” Os dois não se desgrudam, mas cada um tem sua casa – ela vive na Gávea, ele segue na Barra, em um apartamento cheio de livros, discos... e revistas de HQ que vão do chão ao teto. “O quarto dele está ficando inabitável de tanta HQ. Gabriel é um acumulador! Pra deitar na cama tenho que tirar várias revistas da frente”, conta Carla.

Foi com naturalidade que os dois toparam posar juntos, para este ensaio, fotografado no hotel Emiliano, no Rio. “A gente tem muita intimidade. E a ideia era ser o menos posado possível. Era pra se curtir, ficar junto, se entregar a um olhar artístico. Acho que o resultado é muito feliz”, arremata Gabriel.

 

Créditos

Imagem principal: Alex Batista

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