Tpm

por Redação
Tpm #68

Com uma apresentação absolutamente perfeita, Dolores O’Riordan, ex-Cranberries, fez o público de São Paulo feliz na noite de ontem

Por Fernanda Paola

Pontual como uma boa irlandesa, Dolores começou o show às 21h30. Nem um minuto a mais, nem a menos, e os acostumadamente atrasados (e brasileiros) corriam para ouvir a primeira canção, escolhida a dedo. Ninguém queria perder “Zombie”. Ninguém! O coro era alto e emocionado. Parecia que todos que estavam no Via Funchal na noite de ontem (28) sabiam muito bem o que faziam ali. Velhos e novos, casais hétero e homo, amigas e amigos, tinha de tudo. Tudo fã.

As duas músicas seguintes eram do álbum novo, Are you Listening, recém-lançado, ainda sem hit de rádio, e mesmo assim todo mundo parecia conhecer. Eram fãs, e não se importavam em permanecer esmagados na grade de proteção, para ficar mais perto do ídolo. Entregavam flores para Dolores, cartinhas, camiseta (do Brasil, inclusive, que ela vestiu para o bis), e a pequena irlandesa se abaixava para receber, humilde, acostumada.

Sua voz, impressionantemente forte e poderosa, tem o mesmo vigor de 20 anos atrás. Sorte de poucas. Ela é de um agudo abafado, que não chega a ser grave e que consegue atingir qualquer nota, sem nunca desafinar. “Dreams”, por exemplo, foi tocada num estilo muito mais rock and roll do que a baladinha de costume. Aliás, rock é uma coisa que Dolores faz muito bem. Ela e a banda, formada pelos músicos Steve Demarchi (guitarra), Denny Demarchi (guitarra, teclado e flauta), Marco Mendoza (baixo) e Graham Hopkins (bateria), que tocou com absoluta competência as músicas do Cranberries. No meio de todos os instrumentinstas, o baterista foi, sem dúvida, o rei da noite. A rainha não precisa nem dizer quem foi.

Das antigas, ainda rolou “I can’t be with you”, “Salvation”, “Ode to my family”, “Miss you” e “Linger”. E, por estas e todas as outras, Dolores O’Riordan impressionou durante a curta hora e meia que cantou em São Paulo. Os olhares não desgrudaram dela, que dançou, agradeceu e tocou a alma dos ali presentes. Tanto quem foi pra dançar coladinho ao som de “Dreams” como quem preferiu curtir a boa nostalgia sozinho.









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