Dívidas e inflação à vista te assustam?

por Glória Pereira
Tpm #108

Para a consultora de riqueza Glória Pereira dívida também pode ser investimento

 

Muitas pessoas ficam nervosas ao pensar em contrair dívidas, enquanto outras afirmam que se não as fizerem não curtem a vida ou não aumentam o patrimônio. Vamos então olhar o que são e o que podem ser as dívidas.

Tecnicamente, se endividar é antecipar a compra de um produto ou serviço com a promessa de pagamento futuro. Como estamos vivendo num mundo de superoferta, em que para adquirir qualquer coisa não precisamos ter dinheiro, fica muito fácil antecipar a compra de uma lingerie, de um carro zero-quilômetro e até de um belo imóvel.

As preocupações acontecem porque as pessoas colocam na mesma categoria de dívidas tanto a prestação do imóvel quanto a prestação da viagem de férias que já foram curtidas. Aí está um erro grave.

Recomendo que separe de um lado as prestações de bens, tais como o imóvel, o carro, a obra de arte – quadro ou escultura –, e lhes dê o nome de investimentos. Porque se a qualquer momento você quiser se desfazer deles, mesmo que não tenha terminado de pagar, esses bens têm um valor financeiro de mercado.

Nessa categoria você pode incluir os consórcios e financiamentos. Ou seja, em princípio, a dívida pode ser quitada a qualquer tempo com a venda do próprio bem, e até lhe render lucro. Essa compreensão de identificar como investimento em vez de dívida a prestação do apartamento ou do carro tem ajudado muitas pessoas a dormir em paz e a se tranquilizar em relação ao futuro.

Do outro lado estão as dívidas de consumo, tais como alimentos, roupas, sapatos, bijuterias, perfumes, acessórios, viagens, restaurantes, itens de lazer. Essas vão sendo somadas e no fim do mês podem assustar. É com essas que você deve ter uma atenção especial. Principalmente, não pagar apenas o mínimo do cartão de crédito, porque você poderá estar criando uma bola de neve de crescimento rápido, com juros sobre juros cada vez mais altos.

Então, analise seu comportamento. Se não tem dinheiro para liquidar totalmente a fatura do cartão de crédito, vá até seu banco e converse com seu gerente, você pode conseguir um empréstimo com taxas de juros por menos da metade das cobradas pelo cartão. Cuide do seu dinheiro, e boa negociação!

 

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