Dinheiro + afeto

por Glória Pereira
Tpm #105

A arte de ensinar educação financeira aos filhos é como ensinar a amar a vida

A arte de ensinar educação financeira aos filhos é como ensinar a amar a vida. Um processo que começa quando a criança descobre que pode comprar algo que quer e que não acaba nunca mais

 



Se você é mãe e quer ensinar a arte de lidar com finanças a seus filhos, saiba que o que conta é o que você faz, muito mais do que o que você fala. A mãe serve de modelo para a criança. Se ela sentir que o modelo é bom para si mesma, ela copia, se sentir que o modelo não funciona para si mesma, rejeita. Então, mãe, a decisão é do seu filho como estratégia de vida, para copiar ou rejeitar o modelo da mãe de lidar com dinheiro. A variável afetiva é muito mais forte que a variável racional na vida infantil.

Por exemplo, a mãe que ao sair para trabalhar se despede dos filhos todo dia dizendo que vai ganhar dim dim para comprar as coisas para a criança, sem saber, pode associar que para conseguir dinheiro tem que privar a criança de afeto. É aí que muitas crianças se tornam desligadas de dinheiro durante a vida adulta, preferindo ser felizes, em vez de dar importância ao trabalho e às finanças.

Então, o que fazer? Seja sincera com a criança: você vai trabalhar porque gosta de trabalhar, porque encontra colegas e amigos, porque se diverte e aprende, e que quem trabalha recebe dinheiro em troca, para fazer muitas coisas com o dinheiro e não somente para ganhar dim dim para a criança.

Outro exemplo, se a mãe trabalha para prover a casa, a si mesma e a criança, porém com carinho e atenção aos filhos, poderá despertar um sentimento de compaixão na criança, que poderá querer trabalhar desde cedo para ajudar a mãe a ser mais feliz e trabalhar menos. Muitas dessas crianças serão adultos batalhadores e bem resolvidos financeiramente.

 

Três importantes dicas para você, mãe:

• Jamais diga ao seu filho “não tenho dinheiro” porque ele não entende isso. A resposta provável será que você pode pegar no caixa rápido ou no banco, escrever um cheque ou ainda passar o cartão. E ele tem razão.

• Criança não raciocina futuro, conjuga os verbos no presente: me dá, eu quero etc. Então, quando quiser jogar uma compra para o futuro associe a um fato, por exemplo, “no domingo nós vamos ao shopping”, ou “no seu aniversário eu lhe dou isso”, ou “no Natal você ganha aquilo”.

• Jamais associe a mesada somente a supérfluos, pois você estará formando na prática um consumista.

Dinheiro e afeto estão intimamente ligados, porque ambos são energias de troca. A melhor forma de você ensinar seus filhos a lidar com dinheiro é aprender a forma moderna de multiplicar as entradas, investir, prover a vida presente e planejar o futuro. Faça isso com alegria, estudando e encontrando soluções.

Nota: No meu livro As Personalidades do Dinheiro explico direitinho essa questão dos estilos inconscientes de lidar com dinheiro desde a infância.

Glória Pereira é consultora de riqueza. Autora de vários livros sobre finanças pessoais, entre eles o best-seller A Energia do Dinheiro (Campus), e do jogo Negócio Sustentável®. Seu e-mail: gloria.pereira@sinergianet.com.br

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