Certas coisas não podem mudar nunca. A embalagem do bombom Sonho de Valsa é uma delas
Certas coisas não podem mudar nunca. A embalagem do bombom Sonho de Valsa é uma delas. Só que mudaram, o que causou surto geral de nostalgia e acabou (um pouco) com a poesia do mundo!
Algumas coisas deveriam ser eternas. Exemplos: o corte de cabelo do Roberto Carlos, o programa da Hebe Camargo, o amor que alguém sente pela gente e... claro, a embalagem do bombom Sonho de Valsa. Mas eis que o pior aconteceu. E uma de nós levou um susto ao tentar abrir um bombom durante uma reunião de pauta. Ela chegou a gritar.
Quando você ganha um bombom de presente, imediatamente abre, daquele jeito que aprendeu desde sempre, da mesma maneira que se abre uma bala Juquinha – outra coisa que devia ser proibida de mudar. Mas eis a repórter tentando inutilmente rodar com os dedos os lados da embalagem que cobrem o bombom e... nada! Estavam grudados. “É que mudou”, avisaram.
Sim, agora você puxa com força para abrir, porque os dois lados da embalagem são colados. Ou “grudados a vácuo, para garantir que o seu bombom fique mais crocante”, como explica o site do produto. Uma tristeza metafísica tomou conta desta que vos escreve. Tão metafísica que fez lembrar um verso de “Tabacaria”, do Fernando Pessoa:
“Come chocolates, pequena;/ Come chocolates!/ Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates/ (...) Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!/ Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folhas de estanho,/ Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.”
Se fosse hoje, o Fernando teria que escrever: “ao abrir o papel a vácuo”. Precisamos falar mais alguma coisa para convencer os donos do Sonho de Valsa de que a embalagem precisa voltar ao normal?