Foi uma mudança e tanto. Quando a artista plástica Mariana Tassinari, 31 anos, se mudou do pequeno duplex em Pinheiros para o amplo apartamento de 250 metros quadrados nos Jardins, três anos atrás, achou que levaria muito tempo para preenchê-lo. Chamou duas amigas do curso de arquitetura – que acabou largando para se formar em artes plásticas – e juntas projetaram a pequena reforma: quebrar as paredes da cozinha e de um dos quartos para abrir espaço. “Eu tinha uma pequena coleção de arte e poucos móveis. Projetamos alguns sob medida, trouxe plantas, aumentei minha coleção de arte com ‘furtos’ da coleção do meu pai e trocas com amigos artistas. Em pouquíssimo tempo a casa estava cheia”, diverte-se.
Filha de pai crítico de arte e mãe fotógrafa, até o avô paterno, engenheiro químico, colecionava arte sacra e móveis de design escandinavos e Bauhaus trazidos de viagens. Quando foi decorar seu espaço, Mariana descobriu que as referências de infância eram o que tinha de mais bacana para ter em casa. Um bom exemplo disso aconteceu quando foi atrás do tapete da sala. “Me apaixonei por um tapete antigo iraniano que custava uma fortuna. Dias depois, fui na casa da minha avó e percebi que ela tinha um tapete quase idêntico ao que tinha gostado. Tive que comprá-lo”, conta.
A escolha do bairro dos Jardins não foi por acaso. Até seis meses atrás, antes de se associar ao irmão na grife Garoa e se tornar a diretora de arte e de marketing, Mariana trabalhava muito em casa. Queria, portanto, um bairro onde pudesse fazer tudo a pé. “Ter esse cotidiano em São Paulo é um luxo”, afirma. Agora que assumiu a confecção, voltou a usar o carro, mas ela não se arrepende: “Trabalhar em casa direto é muito chato. Minha casa agora é um lugar de descanso e de receber os amigos”, finaliza.
Coleção - Na mesa de centro, entre outros objetos de valor afetivo, se destaca o cavalinho escandinavo, o primeiro da coleção espalhada pela casa / Créditos: André Klotz
Iluminada - A cozinha já estava reformada quando Mariana se mudou. A mesa Saarinen veio da casa do pai, e as cadeiras são da Micasa e da Forma. O caminho de mesa colorido veio de uma viagem ao México / Créditos: André Klotz
Organizada - O closet, arrumadíssimo, ganhou tecido africano comprado em Londres / Créditos: André Klotz
Coffee time - Os bules antigos de prata foram presente de 30 anos de uma grande amiga. O quadro é de Antonio Lizárraga / Créditos: André Klotz
Chapeleiro O mancebo é de Alvar Aalto e as reproduções são de Matisse / Créditos: André Klotz
Efeito estufa - As duas casinhas de acrílico são estufas e foram pensadas por Thiago Ferraz e Fernando Sapuppo e executadas pela florista Helena Lunardelli, para a vitrine da coleção passada da Garoa. O banco mineiro antigo foi comprado na Jacaré do Brasil / Créditos: André Klotz
Intimidade - No quarto, além das caixas que guardam cartas, fotos e lembranças, a estante comporta mais alguns livros queridos, um desenho da mãe colocado em uma caixa de acrílico e fotos da juventude dos pais. A girafa veio do México / Créditos: André Klotz
Cabe tudo - A estante amarela foi desenhada pelas arquitetas e abriga os livros e a coleção de câmeras fotográficas de Mariana. À direita, tecido africano / Créditos: André Klotz
Estiloso - O sofá, inspirado em Donald Judd e produzido pela Marcenaria Baraúna, acolhe e ao mesmo tempo isola do resto da sala quem nele senta. As almofadas são de lojas como Kenzo, Garimpo e Liberty London. O painel de azulejos Lurca e a série de fotos de Mariana dão as boas-vindas à casa / Créditos: André Klotz
Customizada - Mariana toma café em xícara personalizada com um desenho seu. A capa do iPhone também tem desenho de sua autoria / Créditos: André Klotz
Na parede O carrinho-bandeja vintage veio do antiquário Herrero. As fotos acima dele são de Hélio Oiticica, Iñaki Bonillas, Mikiko Hara, John Baldessari, entre outros / Créditos: André Klotz
É um jacaré? - Escultura do pernambucano José Bezerra e série de fotos de Nuno Ramos / Créditos: André Klotz
Amplo Sofá azul Micasa. Tapete vintage parecido ao da casa dos avós, da By Kamy. Cadeiras Diz, de Sergio Rodrigues, e mesa de centro comprada em antiquário. A estante foi projetada pelas arquitetas – e amigas – Lívia Ribas e Bruna Albuquerque. O revisteiro foi desenhado por Mariana. / Créditos: André Klotz
Toc toc - Obcecada por arrumação, Mariana adora colocar seu etiquetador em uso! As caixas organizam tudo que ela precisa / Créditos: André Klotz
Tá na mesa - Mesa Micasa e cadeiras compradas no antiquário Herrero. Ao fundo, bar da L’oeil / Créditos: André Klotz