Eu gosto de ser solteira.
Não acho ser solteira um problema, defeito ou motivo de vergonha. Na verdade, sou bem feliz assim. Tenho 37 anos, uma filha de de 4 anos, morei minha vida toda em São Paulo, com direito muitos namorados e casos, alguns sérios, outros passageiros, o que me torna uma pessoa absolutamente normal. Saí de São Paulo, morei 4 anos em um monastério budista para não monges, me apaixonei, tive uma filha (tudo bem, ter uma filha em um monastério é, como diria meu amigo Dani Lang, “peculiar”). Resolvi não ficar com o pai dela e sim tocar o barco sozinha.
Mudei para a Índia, onde passei um ano incrível, tendo como vizinhos o Dalai Lama, o Karmapa, a comunidade de refugiados tibetanos, agricultures indianos, sikis e as montanhas do Himalaia. Solteira e feliz. Fui com a Graziela para a Tailândia, andamos de elefante, visitamos as mulheres girafa, aquelas que usam argolas para alongar o pescoço, nos jogamos na praia. Resolvi ir para o Nepal, adorei, resolvi ficar no Nepal.
Montei outra casa, fiz novos e ótimos amigos, voltei a fazer vídeos, escrever e trabalhar como VJ. Livre, leve e solta. Com a Gra maiorzinha e a ajuda de uma babá tibetana, voltei a sair para dançar e curtir a noite com mil pessoas bacanas. Brasileira faz sucesso nessas terras, rolam mil gatinhos, e me dei conta de como sou feliz solteira. Conversando com minhas amigas lindas, bacanas e solteiras, a primeira coisa que falamos é como é bom ter liberdade e espaço. E como é bom se sentir bem sozinha, sem ansiedades pela atenção masculina, que se rolar legal, se não rolar, bom também.
E aí me dei conta que na verdade não somos nem um pouco feministas ou temos a síndrome da mulher moderna independente que faz filho no banco de esperma. Mas que somos românticas irrecuperáveis, e que ficar com alguém é algo tão legal que não dá para ser qualquer um. Ter a opção “antes só do que mal acompanhada” é tudo de bom, mesmo! Uma das coisas legais nos dias de hoje é ter espaço para trabalhar, se bancar e ter a opção de ficar sozinha sem dramas. Mesmo que a minha avó não entenda, rs
Eu adoro minha vida, minha liberdade e só ouço Billie Holiday sozinha com uma taça de vinho tinto e meus pensamentos como companhia. Se um dia encontrar um gatinho que entenda e ache tão bacana o meu momento Bilie Holiday quanto os nossos momentos juntos, aí sim, eu troco de faixa. Mudo de Beyonce “Single ladies” para Billie Holiday, “The man I love”.
#etenhodito