Uma paraguaia e uma boliviana, que vivem no brasil, exibem conforto e estilo com sotaque
Shirley Lujan, 16 anos, estudante
Shirley chegou a São Paulo há dez anos. Tinha apenas 5, mas diz que se lembra de cada detalhe da mudança. Junto com ela vieram a mãe, o padrasto e duas irmãs mais velhas. A família vive dos ganhos da mãe, que trabalha como costureira em confecções do Brás e do Bom Retiro. As irmãs mais velhas seguiram caminhos diferentes, se casaram e voltaram para o Paraguai. Mas Shirley não pretende fazer o mesmo, há muito tempo se acostumou com o português, seu “idioma preferido”. Por aqui, ela espera todo ano ansiosamente pelo Carnaval. “Minha família paraguaia é muito católica e não podemos festejar como fazemos no Brasil. Desde que cheguei, não perco um desfile na televisão.”
Virginia Vasquez de Quispe, 30 anos, costureira
Virginia deixou a cidade de La Paz, na Bolívia, aos 22 anos. Veio sozinha para o Brasil em busca de melhores condições de vida. Chegou ao bairro do Brás, em São Paulo, para trabalhar como costureira. Levou uma vida difícil como funcionária de uma confecção gerida por bolivianos, largou o emprego e passou a fazer consertos e pequenas reformas em roupas na casa onde mora, no bairro do Jaraguá. “A vida na confecção é muito dura. Hoje, trabalho em casa, mas estou atrás de um novo emprego”, diz. Com a ajuda do Cami (Centro de Apoio e Pastoral do Imigrante), Virginia busca uma nova função, mas garante que não pretende voltar para a Bolívia. “Só a passeio, para visitar minha mãe e meus irmãos.”