Você já resgatou movimentos de sua memória corporal e colocou em prática? Garanto que você não precisa de muito
Era ao som de Dire Straits que eu passava horas em casa treinando meus “katas”, os movimentos do karate. A luta foi mais uma das várias atividades que fiz antes de ficar tetra. Treinava pesado. Com a mente e o corpo. Primeiro introjetava o golpe na mente para depois executá-lo. Repetidas e repetidas vezes.
Fui até a terceira faixa antes de sofrer o acidente, mas continuo com os chutes e socos muito nítidos em meu imaginário de tetra. Graças a minha persistência a la Karate Kid de 20 anos atrás.
Quando projetamos primeiro em nossa cabeça algo que queremos realizar, a execução se torna real. A memória de movimento, que jamais foi perdida, me permite ser uma ‘karatetra’. Esse exercício mental vale para qualquer coisa que eu queira fazer na vida sem me mexer sozinha.
Mesmo que o esforço físico e mental tenha que ser muito maior para dar esse chute aí da foto, eu não deixo de resgatar movimentos que fizeram parte de várias fases da minha vida (como contei aqui no primeiro post da infância). Porque (re)descobrir as potencialidades do nosso corpo é muito prazeroso.
Você já resgatou movimentos de sua memória corporal e colocou em prática? Garanto que você não precisa de muito.
Eu, por exemplo, para dar esse chute, precisei da ajuda de cuidadoras, de eletrodos e desse colete que deixa o meu corpo suspenso. Colocar toda essa engrenagem para funcionar também requer um tempo maior. Mas no fim, o resultado super vale a pena.
Melhora na musculatura, de amplitude de articulação, elasticidade de movimentos... sem contar na descarga de substâncias cerebrais que mantem meu humor e energia inesgotáveis.
Fazer o “caminho das mãos vazias” (significado da palavra karate) me permite encarar o mundo de forma mais desarmada, com coragem, energia e sabedoria para sempre buscar aprender com os adversários.
E você, já encontrou seu caminho?