A orquestra reinou

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por Redação
Tpm #68

Ontem rolou o show da Orquestra Imperial em São Paulo, e a galera da redação foi lá conferir. Aí estão as opiniões:

A Orquestra Imperial conseguiu, mais uma vez, transformar uma simples apresentação, em uma bela festona. Também, pudera, reunir 20 pessoas num palco, dentre elas Kassin, Moreno Veloso, Thalma de Freitas, Nina Becker, Rodrigo Amarante, Rubinho Jacobina, Domenico só poderia terminar numa grande festa. O repertório dispensa apresentação, afinal, todos estão cansados de saber que além das músicas do disco de estréia, Carnaval Só Ano Que Vem, a Orquestra preza pela diversão, e inclui sambas consagrados. O destaque da noite fica para o duelo discreto e de extrema elegância travado pelas divas Thalma e Nina. Enquanto os músicos faziam o pano de fundo, as duas hipnotizavam a platéia com suas vozes, beleza e rebolado. E foi no quesito rebolado, que Thalma desbancou Nina. Em “Yararusha Djaruba”, Nina até conseguiu uma certa vantagem, mas o rebolado de Thalma tinha um tempero a mais, a genética. [Cirilo Dias]

 

O meu destaque vai para a música "Sem Compromisso", que achei que nunca teria a nobre oportunidade de escutá-la ao vivo. A composição é de Geraldo Pereira, que foi, e poderia ter sido ainda mais um dos grandes compositores da nossa história, se sua carreira não tivesse sido interrompida tão cedo por um sopapo de Madame Satã. Conta a história que Madame Satã discutiu com Geraldo Pereira num bar e deu um soco na cara do sambista, que caiu e bateu a cabeça no meio-fio. Quem levou Geraldo para o hospital foi Cyro Monteiro, interprete de grandes sambas seus. E não foi o único clássico do repertório. Aliás, a composições novas do grupo já soam como clássicas, culpa da classe dos músicos. Além da excelente nova safra que compõe a orquestra, junto com dois figurões do calibre do baterista Wilson das Neves e do guitarrista Nelson Jacobina, ontem mais dois mestres abrilhantaram ao extremo o fuzuê. Enquanto Lanny Gordin derretia como só ele consegue em sua guitarra, Jorge Mautner só faltou incendiar o violino. Boa oportunidade pra ouvir "Maracatu Atômico" sem ficar com dor no coração. Depois da memorável versão de Chico Science, fica a sensação que só o próprio autor pode cantá-la com a devida propriedade e respeito. [Endrigo Chiri]
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