Prestes a lançar seu primeiro longa-metragem como diretora, Malu Mader falou ao site da Tpm
Prestes a lançar seu primeiro longa-metragem como diretora, Malu Mader falou ao site da Tpm sobre música, carreira e expectativas.
De calça jeans justa no corpo, camisa branca, terninho cor creme, All Star nos pés, cabelo solto e dividido ao meio – como usa há anos –, Malu Mader aparece. Em seu rosto, o sorriso divide lugar com os sinais da idade. A atriz não fez plásticas ou se encheu de Botox. Pelo contrário, seu rosto tem marcas na altura dos olhos, da boca, na testa. Natural, como ela.
Aos 42 anos (quase 30 como atriz), Malu acaba de assinar, ao lado de Mini Kerti, seu primeiro longa-metragem, o documentário Contratempo. O filme conta a história de meninos e meninas que participam do projeto social carioca Villa-Lobinhos, no qual aprendem a tocar instrumentos eruditos. Em São Paulo para um monte de entrevistas – parte da agenda de divulgação do filme –, Malu conversou com o site da Tpm rapidamente, entre uma entrevista e outra, mas falou sobre vários assuntos. Em menos de meia hora, ela falou sobre o filme dos Titãs, banda da qual seu marido, Tony Belloto, faz parte: “O filme do Titãs é foda!”, dispara Malu, “um jornalista acabou de me contar que as pessoas se jogavam no chão do festival de Tiradentes durante o filme. A galera do rock mesmo...”. Comentou sobre a frustração de não saber tocar nenhum instrumento – “Sou frustradérrima. Não à toa fiz esse filme!” –, sobre o ofício de atriz e, claro, sobre o filme. Leia um breve bate-papo com a atriz, que também vai ao ar no Trip FM, pela rádio Eldorado, na próxima sexta-feira, dia 6, às 20h.
Como surgiu a vontade de dirigir filmes?
Malu Mader Sempre tive vontade e, com o passar dos anos, ela foi aumentando. Na verdade, de Celebridade [novela da Globo] para cá, não sei se foi uma coincidência, mas essa vontade de passar para trás das câmeras só cresceu. Eu amo ser atriz, acho essa profissão uma dádiva, é lindo, cada personagem é um universo novo que você tem a oportunidade de conhecer, mas dirigir tem sido também bastante tentador exatamente por isso, para mudar um pouco o foco.
Qual a história do Contratempo?
O filme conta a história do Villa-Lobinhos, que é um projeto social que tem como intenção conquistar meninos nas comunidades carentes com talento, vocação ou vontade de tocar música erudita, o que é uma coisa improvável. Normalmente, em comunidades carentes você acaba encontrando meninos muito talentosos no futebol, na música popular, com instrumentos de percussão. Esse projeto visa achar meninos que podem se interessar por música erudita na favela, levá-los para um curso de férias no Museu Villa-Lobos, para depois selecionar alguns deles. Eles se formam em três anos, aprendem também um segundo instrumento, a ler partitura e ainda têm um acompanhamento caso precisem de óculos, de lugar para estudar, de vale-transporte etc.
Como foi abrir espaço para fazer um longa-metragem na sua agenda?
São gestações longas que consomem a agenda. Quem faz novela acha tempo para fazer qualquer negócio. Quando você não está fazendo novela descobre tempos incríveis.
Novela é uma massacre de agenda?
Novela é como os 12 trabalhos de Hércules. E quem faz muita coisa sempre descobre tempo, dizem. E esse filme foi feito da seguinte forma... Eu estava envolvida com o projeto social de uma forma tão amorosa, e o João Moreira Salles também, que é um documentarista que eu admiro muito. E, obviamente, quando você quer fazer uma coisa mas não sabe como, empurra para outro. “João, por que você não faz um documentário?”, perguntei. E ele me respondeu: “Porque vocês não fazem?”, para mim e para a Mini [na foto abaixo, ao lado de Malu], a outra diretora, que também é parceira da Conspiração Filmes, embora o filme seja da Video Filmes, produtora do João e do Walter Salles. A gente já fazia registros amadores, nós já estávamos envolvidas e, quando eu vi, aquela urgência da vontade de dirigir se transformou nesse filme. Um documentário é muito mais barato e eu tinha uma curiosidade genuína e verdadeira pela vida dos meninos do projeto, estava a fim de estreitar a relação com eles.
Você está ansiosa com a estreia?
Ansiosa, mas destemida [risos]. Estou pronta para críticas, para tudo. Quero fazer coisas que tenho vontade neste momento da minha vida, mesmo que as pessoas não gostem. Acho que tem uma hora na vida em que você tem que se lançar, fazer o que tem vontade, porque antes você ouvir uma crítica ruim, alguém que não gostou, do que você se frustrar.
Vai lá:
O documentário Contratempo estreia no próximo dia 13, nos cinemas de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília
Leia entrevista com Malu Mader nas Páginas Vermelhas da Tpm #08