A casa dos outros

por Natacha Cortêz

Decoração DIY e belezinhas pra inspirar fotografadas por quem se interessa por gente e seus lares

“Em cada casa que fotografo consigo ver a pessoa que vive ali através do mobiliário, sabe?”, conta Rodrigo Ladeira, criador do site Casa Aberta. Com a intenção de catalogar um inventário virtual de lares, ele visita e fotografa moradias em Belo Horizonte, cidade onde mora. “Foi uma coisa que surgiu por um interesse de poder decorar o meu próprio espaço. Sempre senti falta de referências e soluções baratas para transformar um lugar.” De olhar atento, a argentina María Tórtora faz o mesmo em Buenos Aires e publica tudo no Casa Chaucha. Com sua câmera registra minúcias e inspirações de casas montadas por seus próprios moradores com boa vontade, ideias e sem grandes investimentos ou ajuda profissional. “O que me encanta é observar a essência de cada lar e como cada um é único, sem a padronização estética que vejo em revistas e catálogos de decoração”, diz.

Aqui, conversamos com Rodrigo sobre o Casa Aberta e fotografia.

TpmVocê é fotógrafo também. Faz tempo? O que mais gosta na fotografia? Trabalho diariamente com fotografia e vídeo, pois tenho uma produtora chamado Chágelado Estúdio (www.chagelado.com.br) com mais dois sócios, Bárbara Magri (a primeira que deixou a casa aberta) e o Fábio Lamounier, que vai mudar agora para morar sozinho pela primeira vez e deve ser um dos próximo a sair no site. Comecei a mexer mais profundamente com fotografia, principalmente analógica, no período da faculdade onde trabalhava no laboratório de preto e branco, tem mais ou menos quatro anos. Acho que na fotografia o que mais me interessa são as pessoas, os retratos. Então sempre faço questão de fotografar os donos dos espaços, não só para podermos ver a semelhança entre pessoa e casa, mas por um gosto meu que aprecia colecionar retratos.

Foi influenciado por alguma inspiração para criar o Casa Aberta? Algum outro site que costuma olhar, ou até um livro... O site surgiu por falta de referências e influencias que eu não conseguia encontrar propostas parecidas para casas brasileiras. Acho que ele foi se formando depois de ver projetos dentro da área da decoração e do espaço privado. Mas sempre encontrei trabalhos com um outro olhar, em grande parte, um olhar para o que é mais caro e muito ostensivo. Como o The Selby, um site incrível, mas muito longe da minha realidade.

O que uma casa mineira tem que outra não tem? Acho que o que percebo cada vez mais é que não existe uma casa mineira, paulista ou brasileira. Existe a casa de cada um. Em um mesmo bairro encontrei com casas tão diversas, estilos tão diversos de pessoas. Mas o que é igual em todas é o carinho dos seu dono pela própria casa.

Pretende ampliar o Casa Aberta? Moro em Belo Horizonte, então no começo grande partes das casas estão sendo fotografadas por aqui. Mas como o site cresceu rapidamente nesse primeiro mês, estou recebendo mais propostas de visitas em outros estados. Decidi que até o fim do ano vou visitar as cidades que mais estão com demanda. Esse mês de agosto vou para São Paulo, setembro Curitiba, outubro Rio de Janeiro e novembro Porto Alegre. Preciso dar esse espaço nas viagens, pois o site não tem nenhum patrocínio, e preciso desembolsar todos os gastos.


Vai lá: www.casaaberta.net ; www.casachaucha.com.ar

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