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Casa Tpm 2016 - Domingo

por Redação

Já deu saudade! Veja o que rolou no segundo dia de Casa Tpm deste ano

O domingo na Casa Tpm começou em grande estilo com Fernanda Torres apresentando a peça A Casa dos Budas Ditosos no salão principal do evento. Um público de 250 pessoas assistiu ao monólogo da atriz, baseado no livro do escritor João Ubaldo Ribeiro que fala sobre sexo, luxúria e sacanagem.

Ao final da apresentação, Fernanda respondeu a perguntas do público sobre o espetáculo, que ela encena há 12 anos. "Essa peça é um discurso político sobre sexo, amor e liberdade", explicou a atriz, que encarna uma mulher baiana sexagenária e libertina. "A personagem personifica o beautiful people dos anos 70, essas mulheres finas e livres, umas verdadeiras Panteras. Essa peruca que eu uso no palco tem um quê de Gal Costa, não tem?", acrescentou.

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PASSAGEM DO TEMPO

A primeira mesa do domingo foi conduzida por Fernando Luna, diretor editorial da Tpm, e falou sobre a passagem do tempo. Por que ainda tememos o envelhecimento? Como encaramos as mudanças do corpo e a transformação da beleza sem cair em neuras? A psicanalista Maria Lucia Homem, a escritora Tati Bernardi e a ex-jogadora de vôlei Isabel Salgado conversaram sobre o assunto no palco da Casa.

“Quando eu era durinha, era muito mais insegura. A partir do momento em que fui ficando flácida, me percebi mais segura”, disse Tati, que também comentou sobre a cobrança que sente em relação à maternidade e seu relógio opressor: “Minha cabeça fala: vai morar um tempo nos Estados Unidos, enquanto corpo fala: emprenha, desgraçada”. Em relação à queixa de Tati, Maria Lucia disse que o homem tem a garantia da paternidade até mesmo na velhice e seu corpo pode envelhecer publicamente sem ser alvo de julgamentos, "o contrário não acontece com a mulher". Aos 56 anos, Isabel mostrou o quanto a incansável busca pela juventude a incomoda. "As mulheres da minha idade se preocupam demais com suas imagens. Tenho horror a isso. A juventude está ganhando um peso como se fosse um predicado. Não pode ser assim. Que mundo é esse?"

MULHERES DE ALTA PERFORMANCE

Como conciliar a carreira com a maternidade e as tarefas domésticas foi o tema da segunda mesa do dia. Mediado pela jornalista Ariane Abdallah, o debate teve a participação da arquiteta Carol Bueno; da diretora de empreendedorismo do Facebook na América Latina, Camila Fusco; e da VP de marketing da Heineken, Daniela Cachich.

Daniela falou sobre como é trabalhar num ambiente predominantemente masculino como o de uma cervejaria. “Aprendi que as mulheres têm que falar o que querem profissionalmente. Quando estava grávida, com uma barriga enorme, falei que tinha interesse numa determinada vaga. E fui promovida durante a minha licença-maternidade”, disse ela. “A ambição de crescimento é positiva. A gente pode e deve falar sobre nossas ambições”, acrescenta.

“Nós mulheres temos que bolar estratégias para que nossos sonhos dêem certo. E isso inclui pedir ajuda para o marido nas tarefas domésticas. Não é vergonha nenhuma fazer isso”, disse Camila.

5 MINUTOS COM HEL MOTHER

A jornalista Helen Ramos, criadora do canal no YouTube Hel Mother, subiu ao palco da Casa pra contar do lado não tão falado da maternidade: “Nunca ninguém me falou a verdade sobre ser mãe. Por que as pessoas insistem em dizer que tudo é só conto de fadas? Por que a propaganda da marca de fraldas não mostra a mãe trocando a porra da fralda de madrugada? Quando você desromantiza a maternidade, uma mãe é salva no mundo”. 

MULHER NEGRA

A apresentadora Adriana Couto mediou o debate sobre ser mulher negra em 2016 com a participação da consulesa da França em São Paulo, Alexandra Loras; da diretora do Geledés Instituto da Mulher Negra, Sueli Carneiro; e da atriz Juliana Alves.  

Sueli abriu o debate se dizendo otimista com o cenário atual. “Ser mulher negra em 2016 nunca foi tão bom. Vejo uma multiplicidade de jovens feministas - negras e brancas - cheias de conhecimento e coragem. É muito animador ver essa sororidade, que nos abre a esperança de que esse exército venha promover as mudanças necessárias”, disse.

Alexandra destacou a necessidade de mudança na representação do negro nos meios de comunicação. “Por que nunca se vê uma família negra feliz consumindo margarina num comercial?”, questionou Alexandra. “As mulheres negras não menstruam? Não consomem fraldas? Se os negros são maioria da população, por que elas nunca aparecem nas propagandas desses produtos?”, acrescentou.

Adriana perguntou a Juliana o que ela pensa sobre a objetificação do corpo da mulher negra. “Estou aprendendo a me reinventar como atriz. Sou uma agente transformadora, essa responsabilidade está comigo o tempo inteiro. A figura da mulata é uma realidade no nosso país. Mas tenho que saber me posicionar para que as pessoas vejam algo além do estereótipo. Meu trabalho é enriquecer meus personagens como atriz”, respondeu Juliana.

UMA QUESTÃO DE GÊNERO

A última mesa do segundo dia de Casa Tpm 2016 foi mediada pela colunista da Tpm, Milly Lacombe, e debateu o tema gênero através das experiências do ator e empresário Thammy Miranda, da criadora da fanpage Travesti Reflexiva e coordenadora do cursinho EducaTrans, Sofia Favero, e da psicanalista e criadora do portal de notícias Transexuaissp, Maya Fogel.

“A maior violência que existe é você tirar a humanidade de uma pessoa, destituir ela de sua identidade, de seus direitos, de suas vontades, de sua própria vida”, foi com essa frase que Milly iniciou a conversa. Logo depois, ela perguntou a Thammy sobre o momento em que o ator entendeu que não queria ser uma mulher lésbica, mas um homem trans. “Acho que sempre fui homem, não me reconhecia no corpo feminino no qual nasci. E quando decidi começar a transição, minha intenção não era chocar a sociedade, era apenas me satisfazer, me reconhecer”, respondeu.

Sobre sua vivência atendendo pacientes em transição de gênero, Maya acredita "É preciso tirar a patologia da identidade de gênero. Essa história de nasceu com vagina tem que ser mulher e nasceu com pinto tem que ser homem já era." Sofia concordou e disse mais: “Liberdade sexual e autonomia do próprio corpo interessa a todos nós, não apenas a gays e transexuais”.

LINIKER

Liniker encerrou a quinta edição da Casa Tpm em grande estilo, convidando ao palco Raquel Virgínia, da banda As Bahias e a cozinha mineira, para um dueto. Lacraram!

Veja abaixo galeria com os melhores momentos da Casa Tpm 2016.

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