por Redação

A estréia do surf nos X-Games

Demorou, mas os XGames finalmente cederam ao surfe. No dia 9 de agosto, na surf-city, Huntington Beach, Califórnia, EUA, o esporte fará sua estréia nas famosas olimpíadas radicais.

Considerado o primeiro grande esporte de ação, o surf sempre foi marginalizado pela organização dos XGames. O motivo, segundo a organização, era o fato de se tratar de uma atividade muito individualista e de difícil cobertura eletrônica.

"Vínhamos tentando encontrar uma maneira de incorporar o surfe à lista de esportes dos jogos", disse o gerente geral dos XGames, Chris Stiepock. "O formato que achamos, que pode ser executado nas mais variadas condições climáticas e de swell, oferece um esquema competitivo que é muito simples de ser entendido e, ao mesmo tempo, gera ação contínua, o que permite com que nossas câmeras registrem tudo".

Ao tal formato revolucionário: dois times de oito surfistas que competirão em quatro baterias. Quatro surfistas de cada time vão para a água em uma mesma bateria. Na seguinte, os outros quatro entram, e assim alternadamente. As duas melhores notas de cada surfista do time são somadas para a pontuação final.

Cada equipe terá um técnico, que escalará o grupo de quatro, podendo fazer três substituições. Cada time terá direito a um "wild card" e poderá convidar um atleta estrangeiro para participar. O formato foi pensado pelo ex-competidor Brad Gerlach e a idéia é criar uma rivalidade entre equipes da costa leste e oeste americana. Afinal, a ESPN sabe que, sem rivalidade, não tem show.

Mas, se a intenção é fazer com que o formato de equipes seja popularizado, talvez produtores dos jogos tenham que rever alguns conceitos. O Global XGames, mais um dos filhotes da olimpíada radical e criado com a intenção de promover disputas coletivas em vez de individuais, não funcionou como esperado.

A equipe sul-americana, cujo destaque eram os atletas brasileiros, foi fartamente celebrada, mas acabou em um sofrível último lugar. A ESPN chegou a usar a imagem das feras do Brasil em sua revista para promover os jogos.

Num anúncio de página inteira, Fabíola da Silva, Bob Burnquist e Sandro "Mineirinho" Dias posavam de braços cruzados e cara de poucos amigos "contra" algumas das feras da equipe americana. Graças ao fraco desempenho dos sul-americanos, a rivalidade ficou só no papel.

Briga boa mesmo é a de emissoras de TV pelo filão "jovens extremos". Desde que, em 1995, a ESPN lançou o então revolucionário conceito da olimpíada radical e deu a ele o nome de XGames, a rival midiática NBC está de olho em seu share de mercado. Em 1998, a emissora aberta americana finalmente fez valer seu Gravity Games.

Para diferenciá-lo minimamente do concorrente e líder de mercado, deu aos jogos um ar de festividade. Simultaneamente às dispustas acontecem megaconcertos de rock e uma feira de produtos esportivos. Os números, entretanto, ainda pendem para os pioneiros. A seguir, os XGames de verão, Los Angeles, em julho, e os Gravity Games, Cleveland, em setembro.

Notas

Wakeboard

A terceira etapa do circuito brasileiro será disputada este fim de semana em Brasília, e o líder do ranking garante uma vaga nos XGames. Para o atual líder, Fábio de La Rosa, basta um quinto lugar.

Tow In

A previsão de um swell de 20 pés para os próximos dias deixou os 12 convidados, entre eles Carlos Burle, em alerta máximo para o Red Bull Big Wave África, que acontece em Dungeons, África do Sul.

Abertura de temporada

Três tempestades já trouxeram neve suficiente e, neste fim de semana, Portillo e Valle Nevado, no Chile, e Las Leñas e Chapelco, na Argentina, põem seus lifts para funcionar.

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