Caio Ibelli, o novo nome do surf brasileiro

por Piti Vieira

O paulistano acaba de se classificar direto para a 3ª fase da etapa do WSL na França. É sua 1ª temporada na elite do surf mundial e ele pode levar o troféu Rookie of The Year em 2016

Estreante na elite da World Surf League (WSL), o paulistano Caio Ibelli vem fazendo uma temporada brilhante e tem tudo para ganhar o troféu Rookie of The Year em 2016, concedido pela Association of Surfing Professionals ao atleta que mais se destacar em sua primeira temporada. O garoto de 22 anos vem impressionando quem achava que ele seria apenas mais um novato lutando para se manter no grupo dos 22 primeiros do ranking, que garantem permanência no ano seguinte – de um total de 32 que disputam o título mundial, os dez últimos voltam para a divisão de acesso ao fim da temporada. Hoje, na 1a fase da 9a etapa do Mundial, em Hossegor, na França, ele derrotou o australiano Julian Wilson e o brasileiro Alejo Muniz e avançou diretamente à terceira fase (Adriano de Souza, Miguel Pupo, Gabriel Medina e Ítalo Ferreira foram os outros brasileiros que também venceram seus rivais e se classificaram).

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Caio garantiu a ascensão à elite do WSL com uma campanha brilhante no Qualifying Series de 2015, levando a primeira colocação entre centenas de adversários do mundo todo. “Estive por muito tempo treinando e sonhando com tudo isso, e hoje é uma alegria muito grande poder fazer parte da elite do surf mundial e surfar as melhores ondas do mundo”, diz ele. “O meu objetivo para esse ano é terminar Top 15. Estou tentando evoluir e aprender com cada bateria. Se conseguir fazer isso com sucesso até o final do ano, vou para cima do Rookie of The Year”, diz Caio. Por conta de suas atuações sólidas, ele está bem perto de alcançar o objetivo: três nonos e um quinto lugares em oito etapas disputadas até agora, ocupando a 17ª posição no ranking até o fechamento desta reportagem.

Caio subiu pela primeira vez numa prancha com apenas 3 anos de idade e viveu com a família em São Paulo até completar 8 anos, quando se mudaram para o Guarujá. Um ano depois ele foi descoberto por Luiz Campos, o Pinga, figura conhecida no meio e responsável pela carreira de nomes de peso como Miguel Pupo, Jadson André, Ítalo Ferreira e Adriano de Souza. “Quando eu era pequeno, antes de ir para escola, ficava vendo o Adriano surfar, isso ajudou muito na minha evolução”. Caio fechou patrocínio com a Oakley e começou a ser preparado para disputar o circuito mundial. A relação com Pinga rendeu muitos frutos, como os títulos de campeão brasileiro (2010) e mundial (2011) Pro Junior.

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Um dos pontos altos de Caio em 2016 foram as vitórias sobre o havaiano John John Florence, um dos principais nomes do esporte e forte candidato ao título mundial, em Bell’s Beach e Margaret River, na Austrália. “O John John é favorito em qualquer etapa, vencê-lo me deu confiança e puxou nossos limites. Ainda sonho em ganhar dele em lugares como Teahupoo ou Pipeline, ondas que ele domina como poucos”.

A rivalidade com Florence, porém, não abalou sua relação com a comunidade havaiana. Afinal, Caio namora a surfista de Oahu Alessa Quizon há cinco anos e passa boa parte do tempo no Havaí.  Alessa também disputa a divisão de elite da WSL e os dois viajam juntos para várias etapas do Tour, uma espécie de lua de mel antecipada misturada com trabalho. “Conheci a Alessa em Bali, durante um dos eventos Junior. Estou com ela desde então. O Hawaii é minha segunda casa, tenho muitos amigos e gosto muito do lugar, das ondas."

Créditos

Imagem principal: Ryan Miller / Reprodução Instagram Caio Ibelli

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