Lá vem esses caras de novo com essa história de eleição. Essa conversa já não cansou?
Novamente Eleições...
Lá vem esses caras de novo com essa história de eleição. Numa boa; essa conversa já não cansou? Gosto da política enquanto conversação de pessoas que defendem direitos e necessidades de outras pessoas. É poético até de se pensar: alguém que se desprende de fazer por si para defender os interesses de um grupo de pessoas (o ideal do voto distrital) ou de uma minoria. Uma pessoa assim é louvável. Mas talvez essa não seja uma atitude muito humana. Super homens, anjos, santos, heróis, talvez procedam com tamanho despojamento.
Existem homens (talvez heróis) que tomam atitudes políticas que enobrecem a espécie humana. Podemos até citar alguns: Nelson Mandela, Che Guevara, Gandhi, Albert Shweitzer, Martin Luther King, Madre Tereza de Calcutá e outros poucos. Claro que em meio à maioria que naufragou fragorosamente com os dois pés atolados na lama.
Há também os anônimos e aqueles que articulam na sombra. Quantos pequenos heróis que não apareceram e que estavam juntos como seguidores desses citados acima? Quantos não cumpriram penas pelos mesmos motivos que Mandela? Quantos não morreram lutando na selva com Guevara? Quantos se deixaram imolar em nome da não violência de Gandhi? Quantos médicos e enfermeiras estavam juntos ao Dr. Shweitzer nas selvas africanas, cuidando de pessoas com o mal de Hansen? Quantos não marcharam com Luther King pelo fim da segregação racial? E quantas outras irmãzinhas não serviram junto a Madre Tereza nas miseráveis favelas de Calcutá?
Pensando bem, se pessoas anônimas, comuns, fizeram fica provado que o desprendimento de si para cuidar dos outros é humano. Somos todos capazes, não é preciso ser herói, santo ou coisa que o valha. Então porque quando estamos em posição de fazer não fazemos? Porque erramos tanto? Volto ao princípio: lá vem esses caras com essa conversa manjada de eleição. Vai começar o circo tudo de novo, e temos que participar. Sim, temos, somos obrigados a deixar aberto este espaço para que um dia anônimos e comuns que realizam, possam atuar. Sem essa esperança, o que seria das eleições?
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Luiz Mendes
06/04/2010.