Rotina: doença crônica não diagnosticável

por Luiz Alberto Mendes

 

Fugitivos

 

De verdade parece que estamos desesperados para nos transportar para outras vidas. Queremos de todas as formas, escapar às rotinas massacrantes, ao dia a dia cansativo que nos oprimem tanto. É quase uma doença crônica não diagnosticável que nos faz sofrer fininho. Chamam “stress”. Estamos a fim de aventura, de novos conhecimentos, novas pessoas e engajamentos decorrentes. Temos consciência de que somos transgressores e que estamos sedentos pelo novo. Que sempre queremos ir além do permitido e até do imaginável. Buscamos a fantasia, mas não queremos pagar nenhum preço. Vestimos informações de como queremos ser lidos e não de como somos. Acreditamos que a primeira impressão é a que fica mesmo. O problema é que as respostas não preenchem porque querer não é ser e muito menos poder. A “autossugestão” que recheia o postulado de “autoajuda” provou-se engodo. Nossa consciência pode nos absolver, mas as consequências de nossos atos serão sempre irreversíveis para nós e para o mundo. Tudo tem seu preço e nada é gratuito. E nós só queríamos viver intensamente, abrindo a alma para o momento, ciente de que é tudo o que existe...

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Luiz Mendes

05/03/2012.

 

 

 

 

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