por Redação

Ricardo Campello é apontado como o salvador do windsurf

A atual sensação do windsurf no mundo tem apenas 18 anos e é brasileiro. Ricardo Campello, que há alguns anos fixou residência em Isla Marguerita, Venezuela, sagrou-se campeão mundial na categoria freestyle em dezembro. O título, embora esperado, já que ele dominou boa parte do circuito deste ano, veio consagrar a fama internacional do garoto, que há três anos estampa as capas das principais revistas especializadas nos Estados Unidos e na Europa.

O estilo arrojado do carioca, conhecido por ser capaz de executar mais de cem diferentes tipos de manobras, algumas que ele mesmo inventou e tratou de acrescentar ao menu de rotinas do wind, é o que mais chama a atenção dos fãs. Campello, por conta dessas acrobacias, já foi inclusive creditado por revistas do meio como "salvador do windsurf no mundo", uma alusão ao fato de o esporte ter perdido seus ícones em anos recentes. A euforia é tanta que o brasileiro já foi chamado até de "Rei".

Campello nasceu no Rio e começou a velejar com 12 anos na Barra da Tijuca. Não demorou a perceber que aquela era sua praia e, incentivado pela família, aos 13 se mandou, sozinho, para a Venezuela, para viver, literalmente, de brisa. Não é difícil entender por que ele é considerado o mais ousado entre os windsurfistas profissionais: medo de arriscar é uma coisa que ele aprendeu desde cedo a não ter.

Ao conquistar o título mundial, em dezembro, em Bonaire, nas Antilhas Holandesas, ele se tornou o mais jovem campeão da história do esporte. Nas horas "vagas", Campello, um obcecado pela vela, pratica kitesurfing. Seu lema, que também serve para justificar tanto arrojo, é "sail fast and live slow".

Desde os anos 80, quando Dora Bria nos deu um pouco de identidade internacional no wind, o Brasil não aparecia no centro do radar. Mas o esporte, que teve sua época áurea justamente na década de 80 quando, além do desempenho de Bria nas competições nacionais e internacionais, a novela Água Viva tratou de popularizá-lo, passou por momentos de obscuridade recentemente. Mas a calmaria parece ter passado. Muito graças às manobras cada vez mais espetaculares da categoria freestyle, a que mais atrai público. Nela, o vice-campeão mundial é um outro brasileiro, o paulista Kauli Seadi, 21, para espanto da comunidade que esperava ver o inglês-fenômeno Robby Swift, 20, com a segunda colocação. Mas quem acompanha o esporte de perto sempre soube que Seadi seria osso duro de roer: conhecido pelos colegas como o mais obstinado dos competidores, o brasileiro passa em média 6 horas/dia na água aperfeiçoando suas manobras; é sempre o primeiro a entrar e o último a sair.

Dora Bria, que embora tenha parado de competir ainda trata do esporte que a revelou com carinho, atuando ativamente em sua divulgação, garante que o Brasil tem tudo para voltar a brilhar. Segundo ela, atletas femininas ainda muito jovens devem, em breve, aparecer com força no cenário mundial.

NOTAS

MAIS WIND

Bons ventos fazem chegar ao mercado a revista Gust, a primeira publicação brasileira especializada em kite e windsurf. Bem acabada e idealizada, a iniciativa é da editora Escala e, por hora, vai ser bimestral.

ASPEN

A oitava edição dos XGames de inverno será realizada sob forte esquema de segurança, de 24 a 27, em Aspen. Espectadores deverão passar por uma minuciosa inspeção, culpa da paranóia terrorista que vigora em território americano.

Como se não bastasse, na mesma semana, acontecerá o anual e já tradicional Aspen Gay and Lesbian Ski Week, evento repleto de competições, promovido pela comunidade homossexual. Os organizadores, de um e de outro, esperam que os públicos se misturem e todos acabem ganhando.

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