No fim, todos perderemos

por Luiz Alberto Mendes

 

Liberdade X Igualdade

 

Outro dia lembrava em como parece excludente o ideário da Revolução Francesa: liberdade, igualdade e fraternidade.

É possível atingir a fraternidade se tivermos liberdade? Liberdade para o que? Fico pensando.

Para “vencer” na vida e buscar “felicidade” cada qual a seu modo?

Felicidade é exatamente o que? Um tênis que custa dois salários mínimos, comprado no Shopping Center da moda?

Celular com quatro linhas, TV, rádio, um mundo de utilidades e com acesso à internet de 3, 4 ou meia dúzia de Gigas, talvez...

Liberdade para os mais capazes (ou mais “espertos”) se saírem melhor que os outros e se tornarem cada vez mais ricos?

Não é tudo isso que gera a desigualdade?

É certo que não nascemos todos iguais.

Diferimos em tamanho, capacidade, disposição e sensibilidade.

Aqueles que se julgam melhores sentem-se oprimidos por que somente com absoluta liberdade poderão se “destacar”.

Mas e os menores, com poucas habilidade e vontade reduzida, o que será deles? Teorias eugênicas para eles, quem sabe?

O que será da humanidade se não houver compaixão, me diga.

Dois milênios de civilização cristã não adiantaram nada, continuamos os mesmos “e vivemos como nossos pais”?

Liberdade e Igualdade são as maiores aspirações do gênero humano. Sereias encantadas do mesmo mar.

A mim parece perfeita a liberdade do autossacrifício: mulheres e crianças em primeiro lugar; a liberdade da coragem: os mais fortes defendendo os mais fracos.

Que nada falte de necessário à vida de todos.

O ideal seria alimentar, vestir, abrigar e libertar a todos de suas misérias sociais e tragédias pessoais.

Senão também perderemos.

Na prisão não conseguíamos ser iguais, mesmo estando todos presos e à mercê de sádicos fardados.

Havia sempre o preconceito contra o homossexual, o tarado e contra todo aquele que fosse contra regras nem sempre justas da prisão.

Talvez devêssemos começar do fim:

Fraternidade nos leva a amar.

Amando, o bem do outro se torna mais importante que o nosso;  libertá-lo é uma consequência natural.

Mesmo que eu possa ter alguma capacidade, disposição ou mérito que me destaque dos outros,

A liberdade que mais procuro é a de me sentir igual aos outros.

                                          **

Luiz Mendes                          

19/03/2012.

 

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