Errar sempre foi humano

por Luiz Alberto Mendes

 

Para cada história de sucesso há pelo menos dez histórias de fracassos. As empresas que projetam artigos de ponta, usam esse conhecimento como método, porque sabem que nada sairá realmente bom nas primeiras tentativas. Sorte ou azar ai não contam. É tudo racionalmente calculado prevendo e colocando as despesas desse tempo de aprendizado nas contas do projeto. Mas, na prática existencial humana, transformou-se  em hábito penalizar erros e, desse modo, sacrificar futuros. Tudo porque ao invés de associamos erro à experiência para alcançar acerto; ligamos o erro à culpa e a sua consequência direta, a baixa estima.

Temos necessidade de escolher entre alternativas: qual nos parece mais justa ao que o momento nos exige. Não optar é deixar nas mãos da lógica fria da vida a decisão, que nem sempre nos é favorável. Este é o nosso modo de vida e através dele, somos estimulados a nos dividirmos dentro de nós. A indecisão causa angústia; já a decisão precipitada, causa o erro e nem sempre temos tempo de refletir.

Penso que erros têm preço muito caro, mas acredito que vale a pena comprá-los a que preço for. Já comprovei, vivenciando, que o resultado do erro não é o fracasso e sim o conhecimento. Na biografia de Edison, o grande inventor americano, consta que ele procurava um material resistente para suportar a carga elétrica por mais tempo e ai gerar luz (a lâmpada). Quando, ao fim e ao cabo de experimentar centenas de tipos diferente de materiais sem sucesso, percebeu que certo material reproduzia sons. Pronto, porque ele era um incansável pesquisador, havia descoberto o acetato que vai dar origem ao disco e o gramofone, percussores do CD e do DVD. Essa experiência não deu certo para seus objetivos. Centenas, milhares de outras tentativas também não deram certo, quem relata essa história se esquece de dizer. Foram anos de pesquisas, até bambu foi experimentado (e com certo sucesso) para que, por fim, se chegasse ao tungstênio.

Seria uma história de erros? De modo algum; a ciência processa o erro como método até chegar a resultados satisfatórios. Atualmente, depois de tantas descobertas, não tem nada fácil de se saber. O erro de julgamento, de método, de ângulo de visão e outros erros são fonte de pesquisa e estudo para se chegar a novos conhecimentos.

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Luiz Mendes

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