Depois de explorarem a costa do Pacífico e as ondas selvagens da Patagônia, dois surfistas argentinos vão ainda até o fim do mundo
É o sonho de todo surfista se aventurar pelo desconhecido em busca da onda perfeita. Mas as surf trips que ainda levam a um lugar secreto parecem ter ficado no passado. Apreciadores dessa época desbravadora, os irmãos argentinos Julian, 30 anos, e Joaquin Azulay, 29 (e os amigos Silvio Ojeda, 27, e Sergio Anselmino, 38), realizaram no começo do ano uma expedição de 53 dias pela Terra do Fogo, arquipélago no extremo sul da Argentina, em busca de uma onda que os rumores diziam quebrar por ali. O grupo saiu de Ushuaia com destino ao farol de Cabo San Diego, o ponto mais oriental da região, explorando um litoral selvagem e desabitado. "Ninguém havia documentado aquela parte do mundo", diz Joaquin, que, ao lado dos companheiros, caminhou 400 quilômetros, com mochilas que pesavam 35 quilos e pranchas amarradas às costas.
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A jornada virou o recém-lançado documentário Peninsula Mitre, o terceiro produzido pelos irmãos Azulay, depois dos premiados Tierra de Patagones (2014) e Gauchos del Mar (2012). "Gaúchos do mar", o nome com que Julian e Joaquin assinam seus projetos, é um apelido que ganharam de um americano que vive no deserto de Baixa Califórnia enquanto faziam sua primeira aventura, em 2010: descer dos Estados Unidos até a Argentina surfando e acampando nas praias do Pacífico. Após essa viagem de 403 dias, que virou o primeiro filme, Joaquin, formado em arquitetura, e Julian, que largou a carreira de jogador de futebol para estudar administração, decidiram montar uma produtora.
"Tivemos a sorte de nascer em uma família com tradição e paixão pelo surf. Em 1963, nosso pai e três amigos foram pioneiros do esporte na Argentina", conta Julian. Além do surf e de momentos de superação, Peninsula Mitre também prega o anticonsumismo e que a região deveria permanecer eternamente selvagem. "É por isso que estamos pedindo às pessoas que assinem a petição para conservar a península Mitre. À medida que o tempo passa, temos menos lugares selvagens na Terra e só depende de nós protegê-los", afirma Joaquin, que agora planeja uma viagem com seu irmão para explorar a cultura e as ondas da África.
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