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Arte tipo exportação

Artista brasileiro Pedro Gutierres inaugura exposição individual em galeria de Hamburgo

Arte tipo exportação

Por Diogo Rodriguez

em 29 de outubro de 2010

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Mesclando influências da arte de rua, pintura e desenho, o artista gaúcho Pedro Gutierres, 26, inaugurou este mês uma exposição individual em Hamburgo que segue até 5 de novembro. Ele já participou de projetos que misturam linguagens como o Follow the Queen, uma galeria virtual transformada em aplicativo para iPhone, da qual Pedro foi o curador. Da Europa, Gutierres conversou com a Trip sobre sua técnica e a diferença no tratamento que os artistas recebem na Europa e no Brasil.

Como seu trabalho chegou à Alemanha?

Meu trabalho sempre acaba saindo em revistas especializadas de arte ou design, e por sorte as galerias da Europa tem prestado bastante atenção no Brasil e no que está acontecendo nessas áreas. Aí o que aconteceu foi que o pessoal da galeria viu um desenho meu, procurou meu nome na internet, e encontrou meus trabalhos, meus contatos. No início eles queriam comprar algumas obras, mas fomos conversando melhor e eles preferiram montar uma individual minha aqui em Hamburgo.

Você vê uma diferença de tratamento para os artistas no Brasil e na Europa?
Vejo sim, mas é engraçada essa diferença. Ao mesmo tempo que no Brasil ninguém valoriza financeiramente o artista, no sentido em que o artista dificilmente consegue vender obras ou sobreviver exclusivamente disso, ainda existe a valorização social, o distanciamento entre artista e público. Na Europa é tudo mais democrático, de igual pra igual. Artista é valorizado como qualquer outro profissional, isso é legal. Se as pessoas gostarem, elas vão comprar, comentar, numa boa. Aqui parece tudo mais simples. No Brasil o artista precisa virar quase um rock star pra alguém te valorizar, e isso me deixa meio mal.

Você mistura muitas técnicas; como você entrou em contato com todas elas e porque resolveu mesclar os estilos?
Eu nasci desenhando, me considerava desenhista, estudei desenho de observação, técnico etc. No entanto, quando estava já na faculdade de design, descobri a arte de rua, e meio sem querer entrei em contato com a pintura (primeiramente de rua), e depois tive aulas de pintura mesmo, em tela, com pincel, aquela coisa bem tradicional. Mas eu sou uma pessoa muito inquieta pra ficar fazendo a mesma coisa pra sempre, e é inevitável misturar tudo uma hora. Na verdade tudo começou a ficar mais claro na minha cabeça quando eu comecei a perceber as diferenças entre técnicas, onde começava uma, terminava outra. Isso me ajudou muito a misturar tudo. A minha exposição que abre amanhã em Hamburgo chama-se “Desenhuras” justamente em função dessas misturas. O mundo é plural, não conseguiria trabalhar somente com um tipo de arte.

Vai lá: www.pedrogutierres.com

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