Lá, a temperatura é negativa em 340 dos 365 dias do ano. Bora pra Wakhan, no Afeganistão?
Na fronteira entre o Afeganistão e a China, na Ásia Central, há uma região onde árvores não crescem e carros não passam. Não há médicos ou professores, e a única moeda corrente são ovelhas. Seus habitantes passam a maior parte do tempo zanzando em busca de pasto para os animais, uma tarefa difícil nesta terra que fica a mais de 4 mil metros de altitude e tem temperaturas negativas em pelo menos 340 dos 365 dias do ano.
Essa é a vida dos nômades quirguizes no chamado Wakhan Corridor, um lugar tão remoto que os nativos o chamam de Bam-e Dunya, ou “telhado do mundo”. Estabelecidos ali desde o século 18, eles não formam um grande povo (os quirguizes são aproximadamente 1.300) e uma de suas únicas formas de diversão é jogar buzkashi, ou “agarramento de cabra” (a cabra, no caso, não tem cabeça), sobre cavalos.
O guia brasileiro Manoel Morgado passou em setembro pela região, onde pode capturar as imagens acima. “Eles têm um estilo de vida inalterado há muitos séculos. No curto verão, sobem para os acampamentos de altitude com seus bois selvagens, cabras, ovelhas e camelos. Quando fiz um trekking duríssimo de 15 dias pelo que se chama Pequeno e Grande Pamir [referência ao rio], o ponto alto foi, sem dúvida, o contato com esses nômades.”