Oito anos depois de adotar o filho Gabriel, Astrid Fontenelle nos recebeu em casa pra falar da responsabilidades e dos aprendizados de ser mãe de um menino negro nos dias de hoje
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Filha de uma feminista à frente de seu tempo que lhe mostrou a beleza que tem "uma mulher quando livre", a apresentadora do Saia Justa, Astrid Fontenelle, entendeu desde muito pequena que era maior que qualquer opressão que tentasse lhe acertar, que levaria a vida segundo suas regras e seu tempo.
Quando aos 47 anos decidiu adotar uma criança, não olhou para os lados pra se certificar se havia um homem que topasse a empreitada junto dela. Deu entrada nos papéis da adoção sozinha. O agora companheiro, Fausto Franco, produtor executivo no ramo musical, apareceu por coincidência no exato momento em que ela escolheu viver a maternidade. Assim, seu filho teve um pai, virou um projeto de dois – mas essa não era necessariamente uma exigência dela. Apenas aconteceu. “Meu histórico [Astrid foi criada apenas pela mãe] havia me ensinado que filho não precisa de pai e mãe e uma família quadradinha, precisa de atenção, precisa ser querido. Eu teria tido Gabriel sozinha ou acompanhada. O plano, originalmente era meu. Sempre quis e soube que seria mãe de uma criança adotada.”
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Então veio Gabriel, o bebê de quarenta dias que cessou imediatamente o choro quando parou em seus braços. "Entendi na calma dele que era meu filho. Feito pra mim. Fomos destinados pra ficarmos juntos."
Hoje, oito anos depois, Astrid é a mãe radiante de um menino que aprendeu a falar meninx e que escuta Pablo Vittar. “Crianças são como um computador vazio, e você coloca no seu computador o que quiser”, diz a apresentadora, orgulhosa da pessoa que está criando pro mundo. “A criação de um novo homem é superimportante pra essa nova sociedade que a gente quer: igualitária e feliz pra todo mundo. Eu tento preparar o Gabriel pra saber viver nela sem sofrer e sem fazer sofrer.”
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