No meio do caminho tinha uma pedra

por Redação

Ex-viciado em crack, Maurício Cotrim é psicólogo e ajuda dependentes químicos a se livrarem do vício

 

Quando era um jovem da classe média alta paulistana, Maurício Cotrim, aos 17 anos, já havia provado quase todo tipo de droga. Depois de experimentar cachaça, cigarro e inalantes ainda na infância, e maconha e cocaína no começo da adolescência, com 15 anos foi a vez do crack. E foi ali que se perdeu.

Em pouco tempo ficou viciado e passou a ficar cada vez mais paranoico. Começou usando crack nas ruas, depois no seu quarto e por fim dentro do armário que servia de  esconderijo contra o esquadrão da SWAT que imaginava persegui-lo – espiava pelo buraco da fechadura para ver se agentes especiais surgiriam do ralo do banheiro, enquanto tremia e se chacoalhava com movimentos involuntários dos braços e das pernas, efeitos do vício. Sumiu com objetos de casa, foi expulso pelos pais, voltou e chegou a apanhar de traficantes para os quais devia. 

No momento em que atingiu o fundo do poço, após uma noite inteira fumando crack e pensando em se matar, encontrou no quarto da irmã uma edição especial da Trip sobre cocaína que mudou sua vida. “Foi depois de ler aquela revista que fui procurar ajuda e me tratar. Comecei a ler e dei de cara com a entrevista com um ex-junkie. Me identifiquei muito com a história dele. É tudo muito parecido: o fundo do poço, as emoções. Foi a primeira vez que ouvi falar em dependência química. Pensei: ‘Pô, eu sou isso aí’. Quando a minha mãe chegou em casa, falei: ‘Sou dependente químico, estou doente e preciso de ajuda’.”

Maurício Cotrim foi tema de reportagem da Trip #206. Entre recaídas e internações, conseguiu dar um novo rumo à vida. Hoje ele é um psicólogo especializado no tratamento de dependentes químicos e os ajuda a se livrarem do vício. “Tive ajuda quando precisei e agora ajudo quem precisa. É um movimento de ‘mão dupla’, e que me alimenta a alma a cada dia. Não desistiram de mim lá atrás, portanto, enquanto precisarem de mim e eu puder ajudar, estarei junto deles”. 

Leia a reportagem completa com Maurício Cotrim na Trip #206

 

fechar