por Camila Eiroa

Mais conhecida como Yndi Asp, a skatista de florianópolis foi campeã nacional aos 17 e já é uma das influências do esporte

Natural de Florianópolis, Yndiara Asp, de apenas 18 anos, ascendeu no mundo do skate em muito pouco tempo. Ela, que começou a andar durante o colegial, com 15, logo descobriu uma vocação até antes adormecida: com as rodinhas nos pés, já participou de diversos campeonatos, foi campeã no ranking brasileiro de skate bowl em 2015 e acaba de gravar o programa Partiu Califa, que será exibido no canal Off no segundo semestre.

"Aconteceu tudo muito rápido. Três meses depois de começar a andar, já participei de campeonatos e foi assim, fluindo", conta. Mais conhecida como Yndi pelos amigos e na cena do skate, ela explica que até seu apelido tem a ver com o esporte. "É o nome de uma manobra aérea bem legal, então as pessoas começaram a brincar com isso e a me chamar de indy air", ri.

Sua paixão é o bowl, e tudo começou no Tigela Sk8 Club, na Barra da Lagoa. Lá, a skatista aprendeu a dropar e depois se jogou na pousada Hi Adventure, no bairro do Rio Tavares - que tem diversas pistas escondidas pelos quintais. É onde anda até hoje, todos os dias. Agora cursando o terceiro semestre de Educação Física na UFSC [Universidade Federal de Santa Catarina], Yndi confessa que se desdobra pra manter o ritmo. "Tive que começar a andar de manhã e ir correndo pra faculdade. Até dei uma desanimada, mas fui acostumando."

De voz doce, ela conta que na escola não era tão responsável assim quando o assunto eram as faltas. Como a paixão pelo skate começou durante o segundo ano e no terceiro a carreira deslanchou, a skatista confessa que por vezes deixou de ir a aula pra andar nas pistas por aí. "Durante o terceirão eu tive o meu melhor ano no skate, foi quando ganhei em primeiro lugar do circuito brasileiro. Mesmo assim passei no vestibular", conta orgulhosa. Os pais sempre a apoiaram, embora nunca tivessem tido qualquer relação com o esporte. "Meu pai surfa e só."

Nos primeiros festivais até rolava uma vergonha de ter os dois presentes, mas depois Yndiara percebeu que eles estão do lado dela, apoiando a carreira em tempo integral. A viagem para a Califórnia a convite do Canal Off foi a primeira experiência longe da família. Durante os 50 dias que passou fora de casa, ela torceu o pé e precisou ficar um mês de molho - o que impossibilitou a visita para algumas pistas. Porém, nada disso atrapalhou. "Eu sempre tive a vontade de conhecer a Califórnia, mesmo antes de começar a andar de skate. Foi um sonho! Fomos em todas as pistas que a gente costumava ver nos vídeos, com todas as nossas maiores referências", lembra.

Suas companheiras na trip foram as também brasileiras Isadora Pacheco, de apenas dez anos e que virou sua amiga nas pistas de Floripa, e Dora Varella, de São Paulo, que tem 14 anos. Elas provam que as meninas estão com tudo, e que aqueles que pensam que dropar por aí é coisa de menino estão bem atrasados. Yndi confessa: "existe um certo preconceito com as meninas, com certeza, mas hoje já está bem mais fácil." Na memória, ela traz apenas um episódio chato. "Lembro de no começo eu estar com o skate na rua e passar um carro dizendo para eu ir fazer coisa de menina, brincar de boneca. Fiquei até meio mal. O que esse cara tava falando? Tem um certo preconceito com as meninas, com certeza, mas hoje já está bem mais fácil", recorda.

“Eu quero virar profissional, quero viver só de skate”
Yndiara Asp

Yndiara quer ser profissional, viver do skate. "Meu maior sonho é esse." Quando encontra com os amigos que começaram a dropar com ela em Floripa, não consegue esconder o orgulho. "Quando comecei a participar dos circuitos, vi que é possível viver do esporte. É muito engraçado quando a galera vê que eu estou conseguindo evoluir, fico muito feliz." Pra chegar lá, ela carrega suas inspirações. Pedro Barros, Bob Burquinst e Letícia Bufoni. "Eles são grandes influências. O Pedro é um ídolo, às vezes a gente anda junto. O Bob é o cara mais foda do skate! E a Letícia, ah, ela é brasileira, menina, e chegou onde chegou. Precisa dizer mais?". 

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