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Um sol de quase dezembro…

O aposentado José Alano criou um dispositivo sete vezes mais barato que o aquecedor solar convencional

Um sol de quase dezembro…

Por Redação

em 10 de outubro de 2007

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por Bárbara Moreira

 
Aquecedor solar não precisa ser para poucos. O aposentado José Alano criou um dispositivo com a mesma função, totalmente reciclável e sete vezes mais barato que o convencional

Luva, avental, garrafas PET, caixas de leite Tetra Pak, tubos de PVC, estilete e tinta. Esses não são materiais de algum antigo programa da TV Cultura que ensinava às crianças como fazer os próprios brinquedos. Com essas peças, o aposentado José Alano construiu um aquecedor solar totalmente reciclável e que pode ser feito por qualquer um.

O catarinense da cidade de Tubarão e sua mulher começaram a guardar o material reciclável que utilizavam. Depois de um tempo, o volume era tão grande que José precisou dar um destino a toda aquela carga. Então, em 2002, começou a utilizar os objetos guardados para criar coletores solares baseados nos convencionais, só que mais baratos e mais fáceis de manusear.

Apesar de parecer complicado, o mecanismo até que é simples: as garrafas PET transparentes envolvem os tubos de PVC e as caixinhas de leite, que são pintadas de preto para absorver mais calor. A água passa por dentro dos canos e é aquecida durante o percurso até a caixa-d’água, que precisa ficar em um plano mais elevado para facilitar a saída da água fria – comparada à quente, a densidade é maior e, portanto, fica na parte de baixo do reservatório e é encaminhada para o aquecedor.

200 garrafas PET aquecem cerca de 200 litros de água e é a dimensão que José indica para casas com quatro pessoas. O preço varia em cada cidade e depende da quantidade de material reciclável que a pessoa tem em mãos, mas, estimadamente, o investimento, incluindo um novo reservatório já adaptado, atinge até R$ 300. No inverno de Santa Catarina a temperatura da água chega a 38ºC e a 50ºC no verão.

Em comparação, um sistema completo de aquecimento solar convencional (quatro placas coletoras, reservatório, tubos e instalação) com capacidade para aquecer 400 litros de água – indicado, também, para quatro pessoas, com grande abundância de água quente – sai em torno de R$ 2.265, de acordo com Ariane Tashima, da empresa SolAquece.

“Ele é uma alternativa. Não é para competir com os convencionais. Serve para chamar atenção para essa energia gratuita que temos”, diz Alano, que não tinha nenhuma experiência com a arquitetura de dispositivos como esse. E, para evitar a comercialização do aquecedor, o que tornaria impossível a instalação para pessoas sem boas condições financeiras, José patenteou a criação.

Hoje, com 56 anos e em parceria com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Paraná, José Alano oferece oficinas práticas em busca de divulgar seu projeto e levar água quente para os lugares mais remotos.

Para começar a montar o próprio aquecedor não é necessário enfrentar horas de viagem para ter aulas. O manual está disponível na internet e recheado de fotos e explicações detalhadas.

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