por Ana Manfrinatto

Faz tempo que eu não escrevo no blog por falta de tempo. Passo muito tempo no trabalho, outro tempo com os frilas e outro tempo mais tentando viver e ver tudo o que eu quero. Até que foi dada a largada para a histeria de fim de ano e eu tenho que encontrar tempo para comprar as peças do carro do meu pai e levá-las para o Brasil, para comprar a vitamina argentina que o meu tio pediu por e-mail há duas semanas e para encontrar brechas na minha agenda para fazer tudo o que ficou pendente: consultas no médico, exames, renovação do passaporte e as zilhares reuniões de reuniões de fim de ano que começam a surgir nesta época. (Sem falar que depois eu vou para o Brasil e tenho que fazer o mesmo para matar as saudades de todos os amigos e família)

E ao passo que o ritmo frenético do tempo em que vivemos tenta me arrastar, eu trato de lembrar do jogo de palavras do Paulinho Moska que diz que “muito pra mim é tão pouco” e tento desacelerar do meu jeito... Ontem à noite eu desliguei ambos os celulares (pessoal e do trabalho) às 00h30 e me permiti dormir o quanto eu queria. Tempo é dinheiro? Sei, não... outro dia uma amiga me pagou 500 mangos com cinco notas de cem pesos que tinham um carimbinho com a frase “tempo é arte”.

Não que eu queira deixar a cidade grande para viver numa ecovila e plantar a minha própria rúcula... Mas trato, com unhas e dentes, de que não me embruteçam e que eu não deixe de ver a poesia da vida caminhando num sábado a tarde pelo bairro de Almagro, tomando um sorvete na praça, vendo como cortam o cabelo de um senhor velhinho e cadeirante no salão e sonhando todas as noites com um banho de mar.

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