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"Sou a porta-voz de toda uma geração", diz Tina (o meme)

por Nathalia Zaccaro

Fenômeno no Instagram, a estrela de A Vida de Tina troca uma ideia com a Tpm

Engajada. Performer. Influencer. Desconstruíde. Cinéfila. Polêmica. São muitas as definições para Tina (@a.vida.de.tina), que já soma mais de 70 mil seguidores no Instagram e usa a rede para fazer uma crônica capciosa da juventude branca da zona oeste de São Paulo.

Além de todos esses predicados, Tina também é incansável. Só no período da pandemia, a jovem frequentou um retiro espiritual, candidatou-se à Prefeitura de São Paulo (ela queria fazer política sob a "lógica do afeto" e perdeu), frequentou cryptoraves com hackers russos e defendeu sua tese de doutorado na USP.

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Também ficou possessa quando Maria, sua diarista, desorganizou o conjunto de livros que compõem O Capital, de Karl Marx, e se decepcionou num date em que o rapaz não sabia quem era o filósofo alemão Martin Heidegger. Entre um evento e outro, protestou muito contra tudo o que está aí. Nas redes.

Em entrevista à Tpm, a personagem fala sobre a fama repentina e as polêmicas com quem ficou contrariado ao (se) ver na série "Expiando a Culpa Burguesa".

(Tina afirma não conhecer as atrizes Isabela Mariotto, que dá corpo à personagem, e Julia Burnier, sua voz.) 

Tpm. Onde você esteve esse tempo todo, Tina, antes de virar uma influencer nas redes sociais? Quem é você? 

Tina. Eu sou uma pessoa comum. Sempre fui e sempre serei. E sempre fiquei comovida com as injustiças sociais. Sinto que me preparei a vida inteira para esse momento em que me tornaria a porta-voz de toda uma geração.

No início, seu perfil no Instagram era quarenTina. Agora você é encontrada como A Vida de Tina. O que mudou desde o início desse projeto? O que mudou foi que a minha vida ganhou relevância, mais até do que as minhas ações durante a quarentena. Hoje todos querem saber como eu escovo os dentes, independentemente de estar em isolamento social ou não, entende? E isso é maravilhoso!

O que é expiar a culpa burguesa? É conseguir dormir a noite sem culpa, sem angústias. É conseguir deitar a cabeça no travesseiro e dormir em paz. É saber que aquela sementinha que você plantou pode demorar pra crescer, mas um dia se tornará uma grande macieira no seu quintal.

Após o sucesso no Instagram expiando sua culpa burguesa, onde poderemos ver a Tina em 2021? Não posso revelar ainda. Meu contrato pede sigilo. Mas aguardem. Tudo o que posso dizer é que é um reality show.

Como suas amigas Julia e Isabela estão lidando com o seu sucesso na pandemia? Desculpe, quem são elas?

Algumas pessoas da academia ficaram incomodadas com o vídeo em que você aparece num debate na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. Como responde a essas críticas? O debate é sempre bem-vindo. Como resposta às críticas, comecei a redigir um artigo intitulado “Incômodo nas redes – o Twitter como ágora de uma nova era”.

Qual o perfil dos seus seguidores? Que tipo de feedback você recebe? Meus seguidores são pessoas como eu: pessoas de bem, inteligentes, leves e desejosas de um mundo melhor. Feedback? Todo dia recebo a mensagem: “Casa comigo, Tina”. Acredito que o povo está sedento por amor.

Por que resolveu se candidatar à Prefeitura? Como foi a campanha? Eu não escolhi me candidatar. Foi a política que me escolheu. Foi uma campanha linda e, mesmo com a derrota nas urnas, foi vitoriosa. Semeamos o amor e a liberdade por toda a zona oeste da cidade de São Paulo!

Agora o bate-bola, jogo rápido! Tina por Tina? Uma mulher inquieta.

Um livro? 1984, do grande George Orwell.

Quem você levaria para uma praia deserta? Caetano Veloso.

Um filme? Pode ser um cineasta? Abbas Kiarostami.

Um trecho de uma música? Uma música belíssima, de Secos e Molhados. "E no centro da própria engrenagem, inventa a contra mola que resiste".

Uma causa? Todas as causas, all the fights, todas las causas, tulechus, haileshmehai, gherere, ihailapuru, helis, tudo.

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