Jovem cineasta mergulha no passado de seu pai, preso e torturado durante a ditadura
Em busca de suas origens, uma jovem cineasta mergulha no passado de seu pai, o intelectual Carlos Henrique Escobar, preso e torturado durante a ditadura militar
A cineasta carioca Maria Clara Escobar, 25 anos, filmou o pai, Carlos Henrique Escobar, por mais de 200 horas para o híbrido de documentário e ficção Os dias com ele. O filme seria apenas um conjunto de lembranças familiares bem narradas se o objeto de estudo da diretora não fosse um dos intelectuais mais provocativos dos anos 1960 e 1970, preso e torturado durante a ditadura militar, o que lhe dá um caráter histórico. Filósofo, dramaturgo e poeta, Carlos vive autoexilado há 12 anos em Portugal, onde recebeu a filha para as filmagens. Para Maria Clara, o longa é “uma reflexão sobre silêncios históricos e pessoais”, o da ditadura e o que ela carrega por causa da ausência do pai, que se afastou voluntariamente de amigos e familiares. Grande vencedor da Mostra de Cinema de Tiradentes, o filme também foi premiado no festival DocLisboa no ano passado.
Vai lá: Os dias com ele – Em cartaz nos cinemas