Plástica pra padronizar

por Natacha Cortêz

Fotógrafa retrata a obsessão feminina por cirurgias plásticas na Coréia do Sul

Ji Yeo é uma artista coreana que atualmente vive em Providence, Estados Unidos, e cursa mestrado em Fotografia na Rhode Island School of Design. Através da fotografia, ela cria séries que tratam o corpo e a autoimagem de mulheres. The Beauty Recovery Room, [O quarto da recuperação da beleza], é uma delas. Nela, corpos feridos, sangue, inchaço, cicatrizes e hematomas mostram a condição de coreanas que acabaram de passar por cirurgias plásticas.

No país de Ji, o culto ao corpo, a padronização da estética e a busca por traços menos orientais são moda entre as mulheres. A cirurgia plástica tornou-se parte integrante da cultura atual da Coreia do Sul, muitas vezes considerada como um passo fundamental no processo de autoaperfeiçoamento. Procedimentos cirúrgicos altamente invasivos, dor e anestesia geral não são só procurados por necessidade, mas por vaidade.

Dados compilados pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética, em 2010, apontam que a Coreia do Sul é de fato o país com maior taxa per capita do mundo de cirurgia plástica cosmética. "É uma cultura onde os homens são julgados em seu balanço patrimonial e financeiro e as mulheres por sua beleza. Coreanas, não raras as vezes, caem na armadilha de tentar viver de acordo com o ideal personificado pela mídia. A combinação desses fatores tem aumentado dramaticamente a florescente indústria da cirurgia plástica", explica Ji.

Vai lá: jiyeo.com  

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