Os perigos do homem-bicicleta

Se você não é atleta, melhor esquecer a barriga tanquinho

Primeiro você acha o cara gatinho. Aquele tipo com a barba mal-feita, cabelo desarrumado, roupa fora de moda. Seu número! Daí você esbarra com o guapo no café; ele toma chá e numa caneca superestilosa. Você começa a entrar em modo “eu poderia amar este homem” — para citar Antonio Prata às avessas. Ele gostou de você, não há dúvida – Deus abençoe o tomara-que-caia no trabalho! Como quem não quer nada você passa lentamente pela mesa dele na hora do almoço para aquela averiguação rápida: bloquinho, iPod, uma mochila e um capacete de bike. É ciclista! “Deve morar aqui do lado”. Não. Sua vizinha de mesa é vizinha dele: mora pra lá da tia Eva! “Deve ter barriga tanquinho…” Você adora se iludir.

Como você também tem uma caneca e vai a pé pra casa (três quadras) ele se interessa. Te convida pra uma cervejinha.  Ele toma dois copos e depois água sem gás. Mas beija bem. Você deixa rolar.

Primeira vez na sua casa. Ele acorda às 6h e sai. Mountain bike.  “Amanda, o homem é uma máquina!!”. Você continua tentando se iludir.

Primeira vez na casa dele. Ele acorda às 6h e sai. Revezamento de bike. Você levanta bem depois e, controladamente para não fuçar nas gavetas, roda a casa com as mãos para trás. Não tem açúcar, o leite é de soja, não há nenhum tipo de drinque ou achocolatado e em 95% das fotos do mural há uma bicicleta. Todos os imãs de geladeira são relacionados ao tema, assim como alguns outros itens da casa.

Feriado: ele é fofo, te convida pra uma viagem. Mas como você não tem bicicleta (você mentiu, disse que a sua estava com a Amanda), melhor não se meter a besta. ‘Jornada noturna’ pra você só se for na pista, né gata?

Seu aniversário: ele chega suado e precisa sair cedo, amanhã tem a prova para a qual ele treinou o ano todo. Aquela que o fez acordar as 6h da amanhã, sabe? “Ô se sei”.

Moral da história: algumas mulheres foram feitas para amar barrigudinhos

Para seguir: @euliatulias