por Sandra Werneck
Tpm #90

Autocrítica: a cineasta Sandra Werneck escreve sobre o seu novo longa, Sonhos Roubados

 

Assim que acabei de filmar o documentário Meninas, a jornalista Eliane Trindade publicou As Meninas da Esquina, em 2005. Em forma de diário, o livro narra o dia a dia de seis adolescentes da periferia de São Paulo. Tinha tudo a ver com a minha pesquisa para o Meninas – sobre adolescentes e gravidez. Imediatamente propus à escritora uma adaptação para o cinema.

 

A Eliane topou. O filme conta a história de três adolescentes da periferia carioca. Mostrando sua luta para lidar com os problemas do dia a dia e seguir a vida, ainda assim, com seus sonhos. A escolha do elenco durou quase todo o ano de 2008. Foram mais de 200 meninas, algumas de comunidades, outras atrizes mais conhecidas, estudantes de teatro.

Durante a seleção surgiu o nome do MV Bill. Além de atuar há anos na luta contra violência e em prol das mulheres de comunidades, o Bill está completamente dentro desse universo. Parecia perfeito para o papel do presidiário Ricardo. Ele se saiu superbem no teste. O longa ganhou o nome de Sonhos Roubados e estreia até o fim deste ano. Com muita satisfação, um filme que fala das famílias, das mulheres e das adolescentes deste país.

*Sandra Werneck é carioca, diretora e produtora de cinema. Dirigiu Cazuza – O Tempo não Para (2004), Amores Possíveis (2001), Pequeno Dicionário Amoroso (1996) e o documentário Meninas (2006)

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