“Antigos espíritos do mal: transformem essa forma decadente em Mumm-Ra!” Sim, o ódio move
“Antigos espíritos do mal: transformem essa forma decadente em Mumm-Ra!”. Sim, o ódio move!
O ódio:
Aquele sentimento nefasto que acaba conosco mais do que com qualquer outro.
Que começa travando o maxilar, fechando a garganta e esquentando a cabeça.
Depois, vai ao estômago e, se não coloca tudo que você comeu no dia (no mês, na vida) pra fora, causa gastrite, congestão, gases.
O ódio entope veias, fere a alma e diz coisas horrorosas.
O ódio é stalker do mal, faz barbeiragem e arrota certezas podres.
O ódio incita a vingança e, na sequência, envergonha.
O ódio acelera rumo ao risco, atropela.
E como dói esse maldito. Como corta!
O ódio não chora apenas… ele devasta. Enruga.
O ódio é triste, deprimente.
E não adianta tentar matá-lo com seu próprio veneno. O ódio que sentimos por estarmos odiando é ainda mais sofrido, mais tosco. O ódio do ódio é tão poderoso que engole as boas vontades, a paciência e o amor só para detestar ele mesmo! Quando o ódio se odeia gera mais ódio e suga aquela possibilidade, mesmo que pequena, de compreender, perdoar ou esquecer.
A nossa única e solitária vingança contra esse sentimento ao avesso é que está ali, nele mesmo, a sentinela que nos faz bater em retirada. Porque quando você odeia (muito. De verdade), quando acha que tudo está perdido e nada além do cinza tornará a brilhar, o ódio atiça os músculos, abre as narinas, acelera o batimento e, enquanto estala os dedos cheio de si, o ódio move! Levanta a carniça e se retira dele mesmo. Sepultando, pelo menos por ora, aquilo que acaba de nascer. Mais ou menos que nem o Mumm-Ra, sabe?
Para seguir: @euliatulias