O Dalai Lama é pop

por Elka Andrello

O dia que encontrei o Dalai Lama sem querer.

De Nova Deli (216 m de altitude) para Dharamsala (2,082 m de altitude), residência oficial do Dalai Lama no exílio. Entre viajar mais umas 12 horas de trem ou 1:30h de avião por U$60, fui de avião. Ver o Himalaia pela primeira vez é incrível! Tão incrível que eu sem querer soltei um p$#@# num avião cheio de monges (ainda bem que os monges não entendem português). O aeroporto de Dharamsala é minúsculo e super limpo, raridade por aqui. Minhas amigas que estão na Índia foram nos buscar de carro e enrolamos tanto que sobramos apenas nós no aeroporto. O que a gente não imaginava é que o Dalai Lama estava chegando. E foi assim, num aeroporto fofo e vazio, que eu vi o Dalai Lama pela primeira vez. Ele estava sem seguranças, o que é super raro, sorriu, parou e tocou em cada uma de nós. Lembro de um texto do Adam Yauch, dos Beastie Boys, contando um dos encontros dele com o Dalai Lama. Ele dizia que cada um tinha uma reação perto dele, uns sorriam, outros choravam. E com a gente foi assim, minha amiga Karim teve um ataque de pulos, a Ju sorriu, a minha filha Graziela brincou e eu chorei e não fiquei com vergonha.

Depois da invasão chinesa no Tibete em 1959, o Dalai Lama e um monte de tibetanos de todas as idades, fugiram a pé pelos Himalaias e buscaram asilo politico na Índia e no Nepal. O governo do Tibete e a residência oficial do Dalai Lama ficam em McLeodganj, na parte de cima da cidade de Dharamsala. O Tsuglagkhang, templo do Dalai Lama, é muito simples, o mais simples que eu já vi. Ele diz que prefere usar o dinheiro na educação dos monges. No pátio do templo tem umas lojinhas com coisas legais e baratas e um pequeno museu chamado “The Tibet Museum”, com fotos, vídeos e informações sobre a situação do Tibete. Algumas pessoas congelam durante a travessia nas montanhas e tem pés ou mãos amputadas quando chegam. É muito triste ver a situação desses refugiados. McLeodganj é assim: uma rua principal, budismo tibetano, ativismo politico pró-Tibete, várias lojinhas e barraquinhas nas ruas, alguns cyber cafés mais bacanas e muitos monges e turistas. Vale a pena conhecer!

 

 

 

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