Mamãe passou açúcar em mim

por Autumn Sonnichsen
Tpm #162

O ator Klebber Toledo guarda a timidez e encarna um personagem sensual para a Tpm

Se tem uma coisa que é bonita neste mundo é ver um homem forte comendo. Digo, se alimentando. Mais lindo ainda se ele estiver com fome de verdade. Essa cena só consegue ficar mais charmosa se acontecer na madrugada. O ápice: o homem forte se deliciando com um prato de espaguete que você preparou e depois relaxado diante de um pote de chocolate cremoso. Pense nele lambendo os dedos antes de te levar de volta para a cama.

Infelizmente, quando conheci Klebber Toledo não eram duas da manhã e ele não estava com fome para comer um prato de massa comigo. Mas, ao vê-lo, a cena invadiu minha cabeça. Voltando para a vida real, pude ver o dia lindo e aquele homem forte comendo os doces que eu trouxe. Uma torta de limão da padaria e uma caixa de caramelos franceses. Enquanto lambia os dedos, Klebber me dizia que tem uma genética abençoada e que está sempre com fome. Aos 29 anos, ele se gaba porque pode comer o que quer e se vale disso para aproveitar tudo que a alta e a baixa gastronomia têm a oferecer.

Klebber saiu de Bom Jesus dos Perdões, no interior de São Paulo, aos 15 anos, para jogar vôlei em times da capital. Foi garçom, monitor de festas e modelo. Aos 20 anos partiu para o Rio de Janeiro para participar da Oficina de Atores da Rede Globo. Em 2007, entrou na Malhação. Nove anos depois, está em sua sétima novela global, Êta mundo bom. Namorou sua colega de emissora, a atriz Marina Ruy Barbosa, por 3 anos. Diz que está solteiro. No carnaval, ficou de ala-laô no camarote com apresentadora Monica Iozzi.

Só de olhar dá para sentir que ele é ator. E, naquela manhã quente em Copacabana, Klebber já tinha escolhido o personagem sexy que representaria pra mim. Mas garantiu: “Sou tímido”. Não gosta de tirar fotos sem camisa, acha sua perna fina demais e emenda dizendo que não sabe mostrar o bumbum. Mas é uma timidez tranquila, que traz uma sabedoria no corpo e na pele, mostrando que é um atleta natural. Ele sabe usar a força que tem, sabe como é bonito o poder do próprio corpo. 

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Ensinei ele a plantar bananeira, queria ver como o abdômen saltava. Era bonito ver ele treinando, aprendendo. Ficava bravo a cada queda. Ficou com a canela roxa, não se importou com horário ou cansaço, repetiu incansavelmente até a bananeira sair perfeita. Depois fez flexão, se alongou, brincou com o cachorro e tocou violão para a equipe. Vez ou outra me encarou com firmeza. Coloquei ele na banheira, ele botou meus óculos e fingiu que sabia ler francês. Depois, na cama, olhei para ele abaixo de mim, ele já com sono, com aquele olhar que lembra o de amor safado que só acontece de manhã.

Tranquilo, me contou do trabalho, me disse que gosta de dar um cochilo no palco quando está em cartaz. E se tem dois lugares em que realmente se sente à vontade no mundo são o palco e o mar, enquanto surfa. Ele me conta que gosta de Shakespeare, de Macbeth e que, como todo bom ator, não consegue escolher seu personagem favorito. Vê qualidades em todos que já representou, não consegue eleger apenas um. Ele me diz que tem cara de bom moço (jura?), mas que sempre o chamam para fazer papel de mau. Ele me fala da família, de crescer no interior, de brincar no mato e da facilidade que tem para esportes. Me fala da única tatuagem que tem, o símbolo de seu signo, Gêmeos, cortado ao meio. Fez quando era moleque. Me conta tudo isso deitado na cama, com aquela cara de sono e a mão encostada de leve na minha perna.

Ao longo do dia, ora ou outra, ele aparece do nada com uma cara diferente da anterior. De repente, está de toalha branca e cabelo molhado sob a luz da janela. Depois, caminha na minha frente pelo corredor do apartamento. Eu digo: “Para! Fica aí, tá bonito”. Que luz linda, que sombra linda, que maravilha é um homem descalço usando só um jeans rasgado num dia de sol.

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Ele olha com ar provocador: “Você está fazendo de propósito”. Eu? E afirma: “Também estou. Assim o ensaio fica mais bonito, o dia, mais gostoso”. Na minha frente, ele puxa o jeans pra baixo. Ajoelho, mirando a barriga com a câmera. Ele não finge. Faz de verdade e até dar certo, com seu corpo e seu olhar que não cansam.

Créditos

Produção estilo Carlos Peti Coordenação produção Alex Bezerra Klebber veste sunga Reserva, Jeans Diesel e Bermuda Fórum

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