O Abismo Prateado

por Izabela Costa

Em novo filme, o diretor Karim Aïnouz se inspira em Chico Buarque para falar do abandono

Na vida da dentista Violeta, personagem vivida pela atriz Alessandra Negrini, tudo tem seu lugar. A recém-mudança para uma cobertura no centro do Rio, o filho adolescente e o tranquilo casamento parecem fazer parte de uma vida completa, sem lacunas ou questionamentos. Mas tudo se altera com uma mensagem no celular deixada pelo marido.

Livremente inspirado na canção "Olhos no Olhos", de Chico Buarque, o enredo do longa O Abismo Prateado revela o drama do abandono e a aventura solitária por trás de um reencontro particular. O filme, que entra em cartaz em São Paulo e Rio de Janeiro a partir dessa sexta, 26, é o quarto da carreira do diretor Karim Aïnouz, o mesmo por trás de obras como O Céu de Suely (2006) e Viajo porque Preciso, volto Porque Te Amo (2009).

Ambientada na capital carioca, a produção coloca a cidade como parte fundamental da história. É por ela que Violeta sai vagando sem destino, procurando por algo que faça sentido e a conforte. Sua peregrinação oferece ao espectador quase todos os atos presentes na canção de Chico, por meio de uma visão mais íntima, algo que não só reforça um estado de perdição, mas que também evidencia puros momentos de contemplação exterior.

O Abismo Prateado não é só um filme sobre abandono. É também um filme de decisões, decisões de alguém que ainda não sabe o que - nem como – decidir.

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