Não estamos sozinhos

por Lygia da Veiga Pereira

E nem adianta olhar para o céu. Os ”aliens” estão muito mais perto do que você imagina

Sempre que ouvimos a pergunta "será que estamos sozinhos?", olhamos para o céu e nos perguntando se existe vida em algum outro lugar do universo. Mas, o certo seria olhar para baixo, mais precisamente para dentro de nós. Bastaria isso para vermos que não, não estamos sozinhos! Na verdade, somos acompanhados por centenas de trilhões de micro-organismos. Mas antes de franzir a testa, calma, eles não estão nos atacando, vivem em harmonia com nossas células e juntos podem ser chamados de nosso microbioma.

Micro-organismos? Bactérias? Mas isso não causa doenças? Nem sempre. As do nosso microbioma, aliás, são essenciais para a nossa saúde. Por exemplo, para o sistema digestivo funcionar direito, precisamos da ajuda de bactérias que sintetizam vitaminas e nos ajudam a digerir células vegetais. Elas estão presentes também na nossa pele, ouvido, estômago, pés, mãos, boca, garganta, couro cabeludo, entre outros. Cada um desses locais possui uma população específica de bactérias composta de diferentes tipos dos micro-organismos.

Para se ter uma ideia da importância desses “aliens”: temos 10 vezes mais bactérias do que células em nosso corpo! E aí eu me pergunto: onde termina o “eu” e começam “elas”? Não há essa divisão: vivemos em simbiose. Nossas bactérias fazem parte de quem somos. No fundo, somos elas!

Com os avanços nas pesquisas estamos descobrindo que diferentes populações de bactérias estão associadas a diversas doenças, incluindo obesidade, diabetes, depressão, ansiedade, e até autismo. Resta agora saber se esses grupos de bactérias são uma causa ou uma consequência das doenças em questão. Mas uma coisa é certa: realmente, não estamos sozinhos. Estou fascinada com esse assunto, e teremos mais sobre isso nas próximas semanas!

 

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