Idealizadoras do Mercado Manual, as Floristas dão espaço a novos artesãos e pequenos produtores
Elas mudaram o rumo. Insatisfeitas com a rotina em agências de publicidade, a redatora Karine Rossi e a designer Daniela Scartezini construíram um trabalho que fizesse mais sentido. Por trás da Rede Manual, têm se dedicado a reunir e empoderar pequenos produtores, artistas, artesãos e designers. Além de uma plataforma online, o projeto conta com a Escola Manual e com o Mercado Manual, que celebra um ano em dezembro.
A rede tem ressignificado o termo artesanato. Com uma curadoria atenta, as Floristas dão visibilidade a novos talentos contemporâneos. “Quando falam em artesanato, as pessoas já fazem relação com uma coisa caseira, sem qualidade. Pelo contrário, para estar na nossa rede, o artesão deve estar com o projeto bem redondo”, explica Patricia Toledo, que há um ano integrou a equipe Floristas para realizar o Mercado Manual. Para o ano que vem, o plano é lançar também um marketplace.
Realização do Museu da Casa Brasileira em parceria com as Floristas, o Mercado Manual também tem ganhado destaque. Em seu primeiro ano de vida, o evento marcou presença na Casa TPM e no Instituto Inhotim. Sua última edição no Museu da Casa Brasileira, em setembro, teve mais de 7 mil visitantes.
Para a próxima edição, em dezembro, a previsão é de que esse número aumente nos dois dias de festival. “A gente percebeu que São Paulo estava carente de uma iniciativa assim, para criar um novo olhar em relação ao consumo. As pessoas estão procurando exclusividade, comércio justo, comprar do próprio produtor”, acredita Karine.
"Sentimos falta de um evento que promovesse o encontro entre o artesão (que há tanto já contávamos as histórias) e o público entusiasta em um lugar só, e que esse encontro, fosse feito também de cultura e entretenimento, ou seja, uma grande festa. Daí o fato de sermos um ‘mercado com ares de festival’".
Amo meu fazer
A trajetória de Karine e Daniela começou de forma despretensiosa. A princípio, a dupla foi atrás de casos inspiradores e criou o site Amo Meu Fazer. A ideia era falar justamente de gente que fez uma aposta: deixar o seguro e convencional em busca de um propósito. O sucesso do site abriu novos caminhos. “Os leitores entravam em contato para saber onde comprar os produtos. A gente percebeu que, em vez de apenas contar a história, a gente podia ajudar a própria história a ser escrita”, conta Karine.
A partir de então, a atuação das Floristas cresceu. A estilista Patricia Toledo juntou-se ao grupo para dar um outro olhar para a Rede Manual. Tudo com a missão de fortalecer a economia criativa, incentivar o comércio justo e sustentável e dar mais espaço a tantos artesãos, em sua maioria mulheres, que transformam a realidade com as próprias mãos. Talvez sem notarem, as Floristas passaram a ser os personagens perfeitos das narrativas que contavam.
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Para o próximo Mercado Manual, estão previstos mais de 90 expositores com produtos e serviços para a casa, fotografias, jóias e acessórios, sapatos, bolsas, papelaria, moda, saúde e bem-estar. O evento será realizado nos dias 2 e 3 de dezembro, das 10h às 20h, no Museu da Casa Brasileira - Av. Faria Lima, 2705. A entrada é gratuita.
Créditos
Imagem principal: Estudio Barbarella
Vídeo: Daniel Wood