Menino de ouro
Dez anos depois de Central do Brasil, Vinícius de Oliveira volta às telonas em Linha de Passe
Por Fernanda Paola
em 5 de setembro de 2008

Aos 12 anos, ele viajava pelo mundo divulgando o longa Central do Brasil. Hoje, aos 23, volta à grande tela como Dario, em Linha de Passe. Ambos com direção de seu “padrinho”, Walter Salles. Nascido em Bonsucesso, no Rio de Janeiro, Vinícius de Oliveira foi descoberto engraxando sapatos no aeroporto Santos Dummont. “Eu não queria ser ator, não tinha o menor jeito para atuar e não fazia idéia de quem era o Walter”, conta. Mas a partir daquele dia sua vida mudou. A Videofilmes desde então paga seus estudos e Vinícius agora cursa faculdade de cinema no Rio. Ele quer ser diretor, como Walter. Se considera tímido para atuar e diz que atrás das lentes terá mais chances de passar suas mensagens. A seguir, o ator conta sobre o novo filme, fala de sorte e de visão de mundo.
Hoje, dez anos depois de Central do Brasil, Walter Salles te chamou para viver Dario, em Linha de Passe. Como se sentiu trabalhando com ele novamente?
O Walter me chamou para fazer esse filme de largada, logo que teve a idéia, que mexia profundamente com ele. Ele pensou em mim para retomar essa parceira que foi tão legal em Central do Brasil e me convidou.
O que mudou na sua vida depois de Central do Brasil?
A mudança mais significativa foi a visão de mundo que obtive. Acho que consegui ampliar minha visão periférica e ficar atento para as coisas do mundo. Foi um grande ganho.
Qual característica sua como ator acha que Walter Salles valoriza mais?
Acho que o olhar. Meu olhar é bem significativo, diz bastante coisa.
O que fez durante esses dez anos?
Fiz cinema: uma participação em Abril Despedaçado, o curta-metragem Bala Perdida, de Vitor Lopes. Novela, teatro, sempre fazendo alguma coisa. Até receber o convite para fazer Linha de Passe e me dedicar quase 90% a isso. Isso há seis anos.
Você diz que sua vontade é ficar atrás das telas, como diretor. Por quê?
Não agora, tem muito tempo para eu trabalhar na minha carreira de ator ainda. Mas mais pra frente quero ficar por trás das câmeras porque acho que é uma maneira mais fácil de conseguir passar as mensagens que quero passar. Porque se for ficar esperando um personagem para fazer isso vai ser difícil. A gente depende de convites. É mais difícil. E eu também tenho um pouco de vergonha, sou muito tímido, muito na minha. Acho que por trás das câmeras me sentiria mais confortável.
Se considera um cara de sorte?
Um pouco. A gente tem que ter de tudo: sorte, trabalho e talento. Se não tiver isso, como é que anda?
Leia na Tpm # 80, que chega às bancas dia 11, entrevista com Walter Salles
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