Hortinha em casa

Letícia González, repórter da Tpm, conta a experiência de ter uma hortinha em casa e dá dicas

Leticia Gonzalez, 30, é repórter da Tpm há mais ou menos 3 meses. Apesar do pouco tempo de casa, já assinou reportagens de temas no mínimo polêmicos – o caso da Sim, mulher adora sexo, e a última, Você também vai envelhecer. Aceite –, e por aqui já passou por histórias que valem boas conversas (podem acreditar!).

Desde fevereiro ela se dedica a fazer uma hortinha na janela de seu apartamento e diz que apesar de achar que “provavelmente mataria todas, hora ou outra”, se surpreendeu com o progresso que tiveram, “mesmo sem muito trabalho e praticamente as mantendo com o sol que bate forte durante o dia e água diária”. Mas mesmo no começo, nunca deixou o manjericão sem regar? “Sim! Por mais de uma semana. Mas aguentaram firmes. E hoje tenho o maior carinho pela minha horta”. 

Os motivos dela ter investido na pequena plantação são muitos, mas duas dicas são preciosas: a economia na compra de folhas e produtos frescos, e a graça de ter tudo sempre alí, ao alcance dos dedos e a uma pitada da salada. Então, pedimos a ela que contasse a receita pra iniciar uma pequena horta para os pobres mortais que não contam com uma varanda espaçosa ou quintal. Dos materiais básicos, a comentários de uma “amadora” da coisa, a repórter até fotografou suas verdinhas.

Conta pra gente do material básico pra começar uma microhorta? Daquelas de temperos mesmo. E do investimento inicial de tempo e dinheiro.
Os instrumentos que eu uso: pá, rastelo, tesoura, luvas, espetinhos de churrasco e fita, esses dois últimos para fazer suportes. Pra começar uma minihortinha, eu diria que você precisa de: um pote retangular ou alguns potes individuais; terra preta, dessas que esfarelam na mão quando você aperta (não pode parecer argila); o que você for plantar, em muda ou semente; instrumentos pra manipular a terra. Por experiência sei que hortelã e manjericão pegam bem se você plantar a muda. Já salsinha, cebolinha e folhas para salada, como alface, agrião e mostarda, requerem menos esforço ainda: é só jogar a semente na terra. Tempo pra dedicar: meia-hora quando você for plantar e três minutos por dia na hora de regar. Hoje rego diariamente e acho que as plantas preferem assim, principalmente no calor. A horta está sob sol direto, acho que isso faz diferença também. 

Você disse que comprou um livro que ensina a construir e manter hortinhas dentro de casa. Qual é mesmo o nome dele? Apartment Gardening, da Amy Pennington. Comecei a ler no mês passado e descobri que faço algumas coisas certas, como plantar a alface num pote de plástico pequeno, e outras erradas, como deixar o pé de manjericão crescer demais. O certo é podá-lo antes que as flores apareçam. Assim ele dura mais.
 
Lê, conta pra gente: a vida mudou depois das plantinhas? Sim, bastante. Eu me mudei há mais ou menos um ano, depois de uma reforma bem traumática no apartamento. Na época, o lugar não tinha nenhum móvel e nenhum verde – as floreiras eram puro cal da obra misturado com bituca de cigarro do pessoal que trabalhou lá. Comecei a plantar um pouco pra tirar essa visão da frente. Além disso, eu queria ter temperos frescos e, um dia, não precisar pagar R$ 10 por um tomate sem agrotóxico. Como não me preparei antes de começar, achei que ia matar todas as plantas da primeira leva. Não respeitei época do ano nem horário certo pra plantar. Só colocava a mudinha na terra, jogava as sementes e molhava por cima. Inúmeras vezes – principalmente no início – esqueci de regar. A minha inaptidão serviu pra provar que terra, sol e água (da chuva, muitas vezes) fazem o grosso do trabalho.  Ver as folhas crescerem é legal. Trocar aquele alecrim sequinho do super por um fresco também é. E, pra quem cozinha pouco mais que omelete, como eu, uma folhinha de manjericão por cima do prato faz toda a diferença. Auge da gastronomia pra mim: picar hortelã, manjericão, alecrim e tomilho, tudo junto, por cima da salada. As visitas pasmam.