Neta de Jorge Amado, Cecília Amado finaliza seu primeiro longa e dá seus toques nesta Tpm
Quando a carioca Cecília falou para o avô, o escritor Jorge Amado, que faria cinema, em 1995, ele vibrou: “Meu sonho era ser cineasta”, disse à neta, que, durante a adolescência, passava férias na casa dele e da avó, a também escritora Zélia Gatai, em Salvador. Aos 33 anos, enquanto nos ajuda a editar esta Tpm, Cecília finaliza o filme Capitães da Areia, adaptação do livro homônimo de seu avô e sua estreia na direção.
Ela entrou no cinema pela “porta da frente” por causa do sobrenome, mas ralou para ganhar maturidade. Começou como assistente de direção em Tieta do Agreste (1996), de Carlos Diegues, depois fez O Que É Isso, Companheiro? (1997), de Bruno Barreto, Guerra de Canudos (1997), de Sergio Rezende, entre outros. Durante quatro anos, foi contratada da Globo, onde participou de produções como a minissérie A Muralha (2000) e a novela Da Cor do Pecado (2004). Em 2003, quando viraria diretora, parou tudo: “Ou eu saía da emissora naquele momento, ou me aposentaria ali. Resolvi sair”.
Desacelerando
Fez, então, o seriado Cidade dos Homens (2004/2005), produzido pela O2 para a Globo, e começou a investir em Capitães da Areia. O filme, que tem um elenco de não atores, deve ser lançado no segundo semestre deste ano. Em torno dele, o maior burburinho: será o novo Cidade de Deus? “Os temas dos dois filmes não têm a ver, mas o método é o mesmo”, esclarece Cecília. Tanto que o preparador de atores Christian Duurvoort e o produtor de elenco Lamartine Ferreira também fizeram parte da equipe de Fernando Meirelles.
Casada há sete anos com Guy, o fotógrafo de Capitães da Areia, Cecília engravidou de Felipe, hoje com 4 anos, na época que passou a trabalhar mais de casa, na produção do longa. “Nasci para ser mãe”, derrete-se.
Nesta edição, a cineasta apresenta Ana Graciela, a protagonista de Capitães da Areia; Carlinhos Brown e Alê Siqueira, seus amigos que fizeram a trilha do filme (na seção Amiga-do-Amigo); e outros integrantes do elenco. Além disso, dá dicas nada óbvias de Salvador e fala sobre a nostalgia da adolescência, no Bazar. Desacelere para entrar no clima de Cecília Amado.